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Teatro de Maria Antonieta aproveita confinamento para obras

Raramente abre as portas ao pública e é uma joia dentro de uma joia: o teatro pessoal de Maria Antonieta em Versalhes. Com os visitantes longe, por causa do confinamento, faz-se a conservação do local.

Um detalhe do teto do teatro de Maria Antonieta [DR, Francisca Gomes] O cenário do Templo de Minerva, o mais antigo do mundo [DR]

 

Com ou sem pandemia, este é um teatro que raramente recebe público: o teatro pessoal de Maria Antonieta em Versalhes é uma joia histórica frágil que precisa de cuidados delicados.

O fim do século XVIII foi uma época de "mania do teatro" na qual muitos príncipes e financeiros construíam os seus próprios teatros nas suas propriedades, contou Raphael Masson, conservador-chefe em Versalhes.

A última rainha de França antes da revolução era apaixonada por música e teatro e mandou construir o seu palco nos confins de Versalhes, para onde podia escapar com a sua corte.

Foi nesta sala que, em 1785, ela fez a sua última apresentação em palco, como Rosine na ópera "O Barbeiro de Sevilha" diante do seu autor, Beaumarchais.

Hoje, este é o único teatro do século XVIII em França que ainda mantém a maquinaria original a funcionar - "milagre da conservação", disse Masson.

Tem três cenários - um interior rústico, uma floresta e um templo de Minerva. Este última sendo o mais velho cenário do mundo, datado de 1754: "É a nossa Mona Lisa", disse Masson.

Os cenários eram muito inovadores para a época, movidos em carris de ambos os lados do palco para criar que se mexiam - "os efeitos especiais do século XVIII", segundo Masson. "Um testemunho do virtuosismo dos decoradores do século XVIII.

O teatro foi considerado sem valor por altura da revolução e por isso nunca foi vendido. No entanto, restaurar a sua velha glória é um meticuloso trabalho de conservação.

Com os visitantes longe, por causa da pandemia, a equipa tem estado a trabalhar numa nova cortina, costurando o deslumbrante tecido azul-cobalto à mão usando as técnicas originais.

Também estão a usar o inventário original do palácio para reconstruir outras partes que se foram perdendo ao longo dos anos, incluindo a maquinaria que permite que uma árvore suba por um alçapão.

Mas mesmo quando os visitantes voltarem, o teatro com 250 lugares não fará peças regularmente.

Apesar de ter voltado a funcionar após um grande restauro em 2001, a sua fragilidade significa que só se fazem concertos uma vez a cada dois anos, o que faz com que estes momentos sejam particularmente especiais, disse Masson. "Ficamos sempre muito comovidos quando ouvimos as notas que saem do poço da orquestra".


in Diário de Notícias | 22 de fevereiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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