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Santos e pecadores, malandros encantadores

Publicado originalmente em 1935, O Milagre de São Francisco ganha agora nova edição na coleção Dois Mundos.


O Milagre de São Francisco 
foi a primeira obra de John Steinbeck unanimemente aplaudida, tanto pelo público como pela crítica. Nesta narrativa focada na comunidade pobre de Monterey — protagonista também das histórias de Bairro da Lata Um Dia Diferente —, o autor traça um retrato vivo e bem-humorado de um grupo de paisanos simples do pós-Primeira Guerra Mundial. São malandros encantadores, mandriões dedicados a mexericos e bebedeiras, roubos e zaragatas, mas cuja moral grosseira se conjuga com aspirações elevadas e com uma inocência comovedora. Neles, o calculismo e a astúcia misturam-se com a dedicação ao próximo e o altruísmo. Tortilla Flat no título original, em 1942 esta história foi adaptada ao grande ecrã, com Spencer Tracy e Hedy Lamarr no papel de protagonistas.

Apropriando-se da estrutura e dos temas do ciclo arturiano, Steinbeck imaginou um novo «castelo de Camelot», situou-o numa das colinas pobres que cercam a cidade de Monterey, na Califórnia, e deu-lhe por habitantes um particularíssimo grupo de «cavaleiros». No centro desta história está Danny, cuja casa, tal como o castelo do rei Artur, se torna um local de encontro para todos aqueles que anseiam por aventura, camaradagem e sentido de pertença a um grupo. Homens de diversas origens, cujos antepassados vieram estabelecer-se na Califórnia há centenas de anos, alheios às complicações do modo de vida americano, resistem com firmeza ao trabalho honesto e ao oceano de retidão cívica que os cerca por todos os lados.

SOBRE O LIVRO

Título: O Milagre de São Francisco
Autor: John Steinbeck
Tradução: Gervásio Álvaro
Páginas: 196
PVP: 15,50 €
Coleção: Dois Mundos

SOBRE O AUTOR
John Steinbeck


Nasceu em Salinas, na Califórnia, em 1902, numa família de parcos haveres. Chegou a frequentar a Universidade de Stanford, sem concluir nenhuma licenciatura. Em 1925 foi para Nova Iorque, onde tentou uma carreira de escritor, cedo regressando à Califórnia sem ter obtido qualquer sucesso. Alcançou o seu primeiro êxito em 1935, com O Milagre de São Francisco (Tortilla Flat na edição original), confirmado depois, em 1937, com a novela Ratos e Homens. A sua ficção está marcada por uma imensa preocupação com os problemas dos trabalhadores rurais e também por um grande fascínio para com a terra. Em 1939, publicaria aquela que, por muitos, é considerada a sua obra-prima, As Vinhas da Ira. Entre os seus livros, destacam-se ainda os romances A Leste do Paraíso (1952) e O Inverno do Nosso Descontentamento (1961), bem como Viagens com o Charley (1962), em que relata uma viagem de três meses por 40 estados norte-americanos. Recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1962. Faleceu em Nova Iorque, a 20 de dezembro de 1968.

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