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Geopark da Serra da Estrela vai ter Grande Rota pedestre e ciclável
Ainda este ano deverá ser inagurada oficialmente a Grande Rota do Estrela Geopark, que incluirá centenas de quilómetros por trilhos de pastores e caminhos ancestrais.
O Estrela Geopark, reconhecido oficialmente no verão pela Unesco, vai ter uma Grande Rota pedestre e ciclável que percorrerá cerca de 760 quilómetros e permitirá “a visitação e o conhecimento de quase 80 dos 124 geossítios” inventariados até ao momento.
Segundo a Associação Geopark Estrela, o início da implementação do projecto será durante este mês de janeiro e a sua conclusão está prevista para o outono de 2022.
A Grande Rota representa um investimento total de cerca de 250 mil euros e o financiamento é assegurado pela Linha de Apoio à Valorização Turística do Interior, do Turismo de Portugal.
O projeto da Grande Rota do Estrela Geopark “consiste num conjunto de percursos pedestres e cicláveis, interligados, e que, de forma integrada e complementar, permitem a visitação de uma vasta área do território do Geopark, uma grande parte dos seus geossítios (75 dos 124 geossítios inventariados) e de todas as sedes dos nove municípios que integram este território”, refere a organização em comunicado.
“Tendo em conta as características, quer do território quer de ambas as modalidades que se pretendem disponibilizar ao público, ou seja, “Cycling & Walking”, esta rota será desenvolvida numa lógica de visitação independente e complementar, e até coincidente em alguns troços, e tem vindo a ser pensada de modo, a que sempre que possível, possa estruturar os diversos trilhos de percursos pedestres que proliferam, de forma fragmentada e de âmbito municipal, pelo território”, segundo a associação que tem Emanuel de Castro como coordenador executivo.
A Grande Rota do Estrela Geopark sublinha que pretende “permitir uma nova forma de conhecer, experienciar e viver o território, sem fronteiras”, dado que o seu intuito “é a fruição global” do território da Serra da Estrela.
“Entre percursos pedestres e cicláveis, este projeto percorrerá cerca de 760 km de trilhos de pastores, caminhos ancestrais ou outros mais modernos, mas ainda de vocação rural e florestal, passando por um mínimo de estradas asfaltadas, apesar de, mesmo neste caso, a passagem ser sempre efetuada por itinerários secundários e com tráfego reduzido, permitindo a visitação e o conhecimento de quase 80 dos 124 geossítios, até agora inventariados no Estrela Geopark, correspondendo a mais de 60% da sua totalidade”, lê-se.
A Grande Rota do Estrela Geopark irá interligar-se ou coincidir parcialmente com as duas Grandes Rotas já existentes na região - a GR22 - Rota das Aldeias Históricas e a GR33 - Grande Rota do Zêzere - e com o traçado dos Caminhos de Santiago.
“Além dos traçados de uma grande parte dos percursos pedestres municipais de Pequena Rota existentes, ou seja, 44 percursos inventariados no conjunto dos nove municípios, a Grande Rota do Estrela Geopark interliga 40 deles, distando de uma curta distância dos restantes quatro, assumindo, de forma determinada, uma função profundamente estruturante para a dinâmica do Turismo de Natureza em todo o território da Estrela”, remata a nota.
A Associação Geopark Estrela tem sede no Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e é composta por nove municípios dos distritos da Guarda, Castelo Branco e Coimbra (Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia), pelo IPG e pela Universidade da Beira Interior (UBI).
Em Portugal, o Geopark Estrela veio juntar-se ao Açores Geopark, ao Arouca Geopark, ao Naturtejo e ao Terras de Cavaleiros UNESCO Global Geopark.
por Fugas e Lusa, in Público | 14 de janeiro de 2021
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público