"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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André Tecedeiro na "elogio da sombra"

Livro de inéditos e toda a poesia publicada em A Axila de Egon Schiele. 


A Porto Editora publica A axila de Egon Schiele (poesia reunida 2014-2020), marcando assim a entrada do poeta e artista plástico André Tecedeiro – um dos mais importantes poetas portugueses surgidos neste século, segundo Valter Hugo Mãe, curador da coleção – para o catálogo da elogio da sombra.

Neste livro estão reunidos Rebento-Ladrão e Deixar a Trazer, livros publicados ainda como Ana Tecedeiro, e O Número de Strahler e A Arte da Fuga, obras de 2018 e 2019 assinadas já com o nome que usa legalmente desde 2017. Este 14.º volume da coleção é composto ainda por Poemas dispersos (2014-2019) e pelo livro de inéditos que dá nome a esta obra, A axila de Egon Schiele. Falar a pé, registo de uma conversa entre o autor e Laura Falé, encerra este livro.

Às voltas com as questões do corpo, criou como Ana Tecedeiro até 2016, ano em que iniciou a sua transição de género, assumindo depois o nome André. O seu lugar é uma das últimas novidades masculinas no que ao debate poético diz respeito. O homem que Tecedeiro implica é aquele que falta, o que faz falta, o que ainda nos pode ensinar e deslumbrar.

Breve e de aparência simples, a sua profundidade é uma hipótese de completude. Essa impossível coisa para que, por utopia, tendemos a correr.


(O gato contemporâneo)

Isto que o meu gato caça e esfarrapa
é um sapo cocas que saiu no
happy meal.

O meu gato não conheceu mato
e nunca caçou mais que naturezas mortas
e representações.

SOBRE O LIVRO
A axila de Egon Schiele
«Tenho defendido que o século pertence às mulheres, ao seu paradigma enfim livre, ou ao menos insubmisso como nunca, fazendo também com que as poetas se tornem muito mais vibrantes do que os poetas recentes. O André Tecedeiro, contudo, comporta uma retumbante excepção. Às voltas com as questões do corpo, muito outras das que foram trabalhadas exaustivamente por grande tempo no século XX, o seu lugar é uma das últimas novidades masculinas no que ao debate poético diz respeito. O homem que Tecedeiro implica é aquele que falta, o que faz falta, o que ainda nos pode ensinar e deslumbrar. Apela à minha sensibilidade sobretudo o jeito que tem de se estudar sem sucumbir à angústia. Não lhe falta contundência, clareza ou sobriedade, mas não se entrega exactamente a um aparato trágico de efeitos alardes ou exagerados. É um pensador junto à ciência possível. Interessa-lhe conhecer e mudar. Interessa-lhe a arte e a sabedoria, como se estivesse ao pé de educar a própria natureza. Ao pé de educar o corpo. Considero-o um dos mais importantes poetas portugueses surgidos neste século. Breve e de aparência simples, a sua profundidade é uma hipótese de completude. Essa impossível coisa para que, por utopia, tendemos a correr.»
por Valter Hugo Mãe 

Título: A axila de Egon Schiele (poesia reunida 2014-2020)
Autor: André Tecedeiro
Páginas: 216
PVP: 15,50€
Coleção: elogio da sombra

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SOBRE O AUTOR
André Tecedeiro

Nasceu em Santarém em 1979 e viveu em Portalegre até 1997. Vive e trabalha em Lisboa.
Estudou Escultura e Pintura (licenciatura) na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Artes Visuais Intermédia (mestrado) na Universidade de Évora e Psicologia na Universidade de Lisboa, com especialização em Psicologia dos Recursos Humanos, do Trabalho e das Organizações.
Enquanto artista plástico, realizou mais de cinco dezenas de exposições e foi nomeado para os prémios Fuso (2015); Cena d’Arte (2004); Celpa-Vieira da Silva (2003); Fidelidade Jovens Pintores (2002).
Os seus poemas, agora reunidos, foram publicados nos livros Rebento-Ladrão (Tea for One, 2014), Deitar a Trazer (Douda Correria, 2016), O Número de Strahler (Do Lado Esquerdo, 2018) e A Arte da Fuga (Do Lado Esquerdo, 2019), em revistas literárias como Flanzine, A4, Nervo, Tlön, Theodora, Tutano, Modo de Usar e nas antologias Mixtape II (Do Lado Esquerdo, 2018) e Casa (Do Lado Esquerdo, 2016).
A sua poesia foi tema de uma sessão do Clube dos Poetas Vivos, (Teatro Nacional D. Maria II, 2019), de uma leitura encenada do ciclo Da Voz Humana (Livraria Ferin, Lisboa, 2019) e de diversos programas de rádio e podcasts.
Teve o raro privilégio de escolher o seu próprio nome, que usa legalmente desde 2017. 
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