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Mário Cláudio: "Onde acaba a vida e começa o romance"
Aos 78 anos, Mário Cláudio, um dos mais aplaudidos e marcantes escritores portugueses das últimas décadas, concede uma grande entrevista a José Jorge Letria, agora publicada em livro pela Guerra e Paz Editores.
O amor pelos livros e pela pintura, o fascínio por Londres, a experiência em Direito, as marcas da Guerra Colonial e o futuro da literatura portuguesa. Em Mário Cláudio: A Verdade e a Beleza Continuarão a Existir, conheça o homem por detrás da obra.
«Ao fim deste tempo todo, foram 50 anos de trabalho. As coisas confundiram-se de tal maneira que eu já não sei onde acaba a vida e começa o romance.» Indissociável da sua obra, Mário Cláudio, pseudónimo literário de Rui Manuel Pinto Barbot Costa, conta, numa entrevista biográfica concedida a José Jorge Letria, os episódios que marcaram a sua vida. Uma conversa que resultou no livro Mário Cláudio: A Verdade e a Beleza Continuarão a Existir, o 19.º da coleção «O Fio da Memória», resultante da parceria entre a Guerra e Paz Editores e a Sociedade Portuguesa de Autores.
Natural do Porto, cidade onde vive ainda hoje, descobriu a pintura e a poesia bem cedo e viveu com entusiasmo a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República. Nesta entrevista, relembrou também a adolescência e a amizade com Adriano Correia de Oliveira e Mário Sottomayor Cardia.
Rumou a Lisboa, e depois Coimbra, onde estudou Direito e sentiu o despertar do interesse pela literatura, com idas regulares às aulas lecionadas por Vitorino Nemésio e David Mourão-Ferreira. Nessa altura terminou ainda o curso de bibliotecário-arquivista em Coimbra.
Neste livro fala do início da sua carreira literária e da primeira obra de poesia publicada em 1969. No mesmo ano participou na Guerra Colonial como jurista miliciano na Guiné-Bissau. Tempo que recorda com pesar, mas no qual ficou a conhecer a obra de Herberto Hélder e as crónicas de Agustina Bessa-Luís no Diário Popular, autores que de algum modo o influenciaram.
No pós-guerra deixou-se fascinar por Londres enquanto se especializava em Ciências Documentais no University Collage. Dessa experiência resultou uma tese sobre o analfabetismo e a relutância à leitura em Portugal, que, segundo Mário Cláudio, nunca teria o aval do Estado Novo para ser publicada.
Do presente e do futuro, fala do fim do livro enquanto objeto, do talento de novos autores, como Afonso Reis Cabral, herdeiro de Eça de Queiroz, e da atenção que devemos dar a Donald Trump e a outros governantes populistas.
Cinco décadas de trabalho aplaudido pela crítica, que resultaram em vários prémios. Destaque para o Prémio Pessoa, que venceu em 2004, e para o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, que venceu em 1984, 2014 e 2020, tornando-se o primeiro escritor a atingir três vezes a distinção.
Mário Cláudio: A Verdade e a Beleza Continuarão a Existir chega às livrarias de todo o país. O livro poderá ainda ser adquirido no site oficial da Guerra e Paz Editores.
Mário Cláudio: A Verdade e a Beleza Continuarão a Existir
Diálogo com José Jorge Letria
Não Ficção / Biografia
Coleção O Fio da Memória
128 páginas · 15x20 · 13,99 €
Guerra e Paz, Editores