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João Gil lança "A Marcha da Polícia"
JOÃO GIL é o mais recente artista a garantir o seu agenciamento pela SONS EM TRÂNSITO, dois dias após estrear o novo tema "A Marcha da Polícia" no jornal Público e na RTP, tendo servido de mote a um debate na RTP3, numa iniciativa que o músico diz ser "um manifesto pela democracia".
Inspirada na manifestação realizada em 2019 em Lisboa, por agentes da PSP e da GNR, "A Marcha da Polícia" viria a ser escrita nessa mesma noite, sendo agora lançada numa altura em que os acontecimentos no mundo se sucedem a um ritmo frenético, desde a Covid-19 ao assassínio de George Floyd, em Minneapolis, que deu origem a movimentos e marchas anti-racistas em numerosos países, Portugal incluído. No contexto socio-político nacional, "A Marcha da Polícia" é um alerta para a apropriação que a extrema-direita tentou fazer dessa manifestação, como parte de uma agenda política que desde então não tem parado de crescer em Portugal, à semelhança de vários países, pondo em risco a democracia, a Europa e tudo o que tem vindo a ser conquistado não só com o 25 de Abril mas até antes, com o que aconteceu a seguir à II Guerra Mundial. JOÃO GIL espera que a sua letra seja interpretada como um abraço à polícia, que tem de estar ao lado da Constituição e da democracia e ficar imune a tentativas de subversão por forças anti-democráticas.
"A Marcha da Polícia" é um piscar de olhos ao rap de intervenção e é por isso que foi gravado em Almada, cidade que JOÃO GIL considera ter uma sonoridade única. Gravou com Nuno Espírito Santo (baixo), Rafa [Rafael Gil] seu filho (guitarras), Marco Cezario (bateria) e Vasco Ribeiro Casais (Nychelharpa) nos Estúdios Ponto Zurca com João Martins e Rui Dias. O videoclipe é da autoria de Vasco Pinholque procurou seguir um modelo de imagem como o canal de informação americano CNN, uma espécie de telejornal em que JOÃO GIL aparece num cantinho, como que a assegurar a linguagem gestual.
JOÃO GIL, compositor e guitarrista, é um dos nomes mais (re)conhecidos da música portuguesa. Dos Trovante à Filarmónica Gil, passando pela Ala dos Namorados, Rio Grande, Cabeças no Ar, Baile Popular ou, mais recentemente, os Tais Quais ou o Quinteto Lisboa, a vida de JOÃO GIL é pautada por grandes sucessos que suplantam a notoriedade dos grupos por onde passou e nos quais deixou o seu forte contributo. Ao longo da sua atividade como músico assinou a banda sonora de alguns filmes portugueses, como “Ao Sul”, de Fernando Matos Silva, “Rosa Negra”, “Flores Amargas” e “Adriana” de Margarida Gil. O teatro também faz parte do seu percurso profissional, tendo composto para as peças “O Ano do Pensamento Mágico”, “Sexo, Drogas e Rock n Roll” e, mais recentemente, para o recital de “Ode Marítima” - que o junta em palco a Diogo Infante, um projeto de música e poesia de enorme sucesso nacional e internacional. Ao longo de mais 40 anos de música portuguesa, JOÃO GIL distingue-se como compositor de algumas das músicas que farão, para sempre, parte da memória coletiva nacional: “Saudade”, “125 Azul”, “Loucos de Lisboa”, “Postal dos Correios”, entre tantas outras, são exemplos de canções com a sua assinatura, que se tornaram verdadeiros fenómenos de popularidade.
No dia 20 de Novembro de 2019 deu-se uma manifestação de agentes policiais que, apesar das suas justíssimas reivindicações, gerou muita discussão e polémica. Naquele dia de filas de trânsito intermináveis preocupei-me com a nossa democracia, que vivia mais um dia no seu sono profundo e debitei para o meu telemóvel frases soltas durante o pára-arranca. À noitinha juntei as peças todas e escrevi "A Marcha da Polícia". Nunca imaginei que viria a acontecer o que veio a acontecer. Agora, e mais que nunca, envio um abraço a todos os agentes que têm estado sempre na linha da frente e que cumprem diariamente o que juraram defender: a nossa Constituição. JOÃO GIL