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Chaves prepara seis trilhos pedestres por rotas do contrabando e vias romanas
A Câmara de Chaves está a construir seis novos trilhos pedestres em diversas freguesias do concelho num total de 80 quilómetros que permitem conhecer antigas rotas do contrabando, vias romanas ou caminho-de-ferro.
Com o nome “Trilhos de visitação do património natural e cultural do concelho de Chaves”, a iniciativa contempla a construção de seis trilhos novos no concelho do distrito de Vila Real e envolve um investimento de cerca de 180 mil euros e será inaugurado em breve, adiantou a autarquia à Lusa.
O trilho mais longo tem 17,4 quilómetros, na freguesia de Vilarelho da Raia, e permite caminhar através do antigo caminho misto, na fronteira entre Portugal e a Galiza, em Espanha, pelos antigos trilhos do contrabando e até pela antiga via romana.
Além do caminho pela natureza, o trilho permite ainda contemplar património cultural, como o forno comunitário e o cruzeiro do cemitério em Vilela Seca, ou o antigo marco fronteiriço, moinhos de cereais e azeite ou as casas destruídas pelo exército e GNR em 1946 na perseguição a quatro guerrilheiros espanhóis antifranquistas.
Outro dos trilhos, Seara Velha-Castelões, de 13,7 quilómetros, proporciona, além do contacto com a natureza, a passagem por várias igrejas e santuários, pelas localidades de Seara Velha (Igreja Paroquial), Calvão (Igreja Paroquial e Capela de São José) e Castelões (Igreja e Santuários da Nossa Senhora das Necessidades e Nossa Senhora da Aparecida).
Em outro ponto do concelho, o trilho dos moinhos de São Lourenço, o mais curto dos seis com 9,6 quilómetros, permite caminhar por passadiços e pela antiga via romana e passa pelo miradouro de São Lourenço, por uma ponte medieval e por uma ponte romana.
A vila de Vidago também tem um trilho, de 13,6 quilómetros, Vidago - Arcossó, e que permite caminhar pela antiga linha de caminho-de-ferro do Corgo, passar sobre o rio Tâmega, visitar as igrejas matriz de Vilarinho das Paranheiras e Arcossó e ainda a Casa-Museu João Vieira.
O trilho “Quinta do Rebentão”, de 14,5 quilómetros, contempla passagens pela antiga via romana, e vários locais religiosos como o Santuário de Nossa Senhora da Saúde.
Com 10 quilómetros, o trilho “Castelo de Monforte” passa pelo antigo Castelo de Monforte e ainda pelas capelas (São Miguel e Santa Bárbara) e pela Igreja da Nossa Senhora da Natividade.
O projecto foi aprovado pela Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT) e é co-financiado em 50% pelo Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 (PDR2020), segundo explica a associação na sua página oficial na Internet.
“Os trabalhos envolvem a implementação de sinalética, colocação de estruturas de apoio e limpeza dos percursos e permitem aos visitantes a oportunidade de percorrer os trilhos e visitar o património cultural e natural, potenciando o turismo de natureza da região”, acrescenta ainda.
Os percursos pedestres são registados e homologados pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e pela Federação Europeia de Caminhadas.
por Lusa e Público | 15 de junho de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público