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"Amar o Minho". Um ano de residências artísticas para promover o Minho e apoiar criadores
Iniciativa cruza arte em espaço público, música, dança, literatura, fotografia artesanato. O projeto cultural e turístico leva artistas aos municípios minhotos durante um ano.
“Amar o Minho” é a designação da iniciativa. Um projeto inédito em Portugal, que vai criar a maior rede de residências artísticas nos 24 municípios das três comunidades intermunicipais do Minho.
A iniciativa é lançada na quinta-feira pelo Minho Inovação, consórcio constituído pelas comunidades intermunicipais do Alto Minho, do Cávado e do Ave, e pretende reforçar a identidade cultural da região e dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico.
Numa estratégia concertada, que se destina a reforçar a identidade cultural do Minho e a dinamizar o território do ponto de vista artístico e turístico ao longo de um ano, os 24 municípios do Minho vão ser palco de uma série de residências artísticas, acolhendo dezenas de artistas nacionais e estrangeiros, que vão habitar o território e recriá-lo.
De acordo com o consórcio Minho Inovação, responsável pela iniciativa, o projeto “envolve dezenas de artistas e reveste-se de um especial significado”, na medida em que constitui uma forma de os municípios do Minho apoiarem a comunidade artística, ao longo de um ano.
A recriação do território “será traduzida em projetos de arte em espaço público, artesanato, fotografia, música, dança e literatura”.
O programa de residências artísticas “Amar o Minho” será feito on-line, com a apresentação de um vídeo promocional nas redes sociais e nos canais digitais.
Helena Mendes Pereira, diretora da zet gallery, será a curadora responsável pelas áreas da arte em espaço público, artesanato e fotografia, cabendo a António Rafael, membro da banda Mão Morta, a curadoria dos projetos na área da música, dança e literatura.
O programa de residências artísticas apresenta-se como “um caminho para dinamizar a programação cultural neste tempo novo e, em alguns casos, colmatar vazios de programação que acontecerão inevitavelmente nos municípios durante este verão”.
A iniciativa procura ainda responder à situação de emergência social que está a viver a comunidade artística, “uma das mais afetadas pela crise pandémica, proporcionando a alguns criadores oportunidades imediatas de trabalho”, assinala o consórcio Minho em comunicado, sublinhando que alguns dos artistas convidados farão residência em “mais do que um município, potenciando pontos de contacto no território”.
Um ano de muita arte
A primeira vaga de residências artísticas arranca já em junho, com a intervenção, em Famalicão, da artista plástica Xana Abreu, que inaugura durante a primeira quinzena do mês uma obra de arte num espaço público do município.
No dia 24, Guimarães comemora o dia do município com a inauguração de uma obra de arte, também em espaço público, assinada pela pintora Mónica Mindelis. A artista vai desenvolver uma pintura mural inspirada na coleção do Centro Internacional de Artes José Guimarães, levando, dessa forma, o museu para a rua.
Rodrigo Amado estará em residência artística em Mondim de Basto, com um projeto de fotografia durante a primeira quinzena de julho.
Já o artista vimaranense Luís Canário Rocha estará em residência artística em Fafe e Esposende, para desenvolver duas obras de arte a inaugurar em agosto.
Em Fafe, o artista assinará uma instalação artística inspirada nos brasileiros “torna viagem” e na arquitetura das habitações dos mesmos, que será inaugurada no Dia do Emigrante, festividade anualmente assinalada pelo município.
Em Esposende, Luís Canário Rocha propõe uma intervenção em espaço público inspirada no mar e nas suas gentes, que será inaugurada no dia 19, integrando as celebrações do dia do município.
A importância histórica e cultural da atividade da olaria e cerâmica em Barcelos dá o mote ao desafio lançado à artista Ana Almeida Pinto, que concetualizará e criará, em parceria com artesãos locais, uma obra para o Museu da Olaria, desenvolvida a partir da olaria enquanto técnica artesanal.
O resultado poderá ser visto durante a primeira quinzena de setembro.
O périplo deste projeto artístico e cultural em rede chegará em outubro à Póvoa de Lanhoso, onde Patrícia Oliveira vai criar uma obra de arte para espaço público, que será também uma homenagem à filigrana.
A criação artística será desenvolvida em articulação com artesãos e outros profissionais que trabalham a filigrana e ficará para o espólio do município.
Ainda em outubro, Mónica Mindelis regressa às residências artísticas para produzir uma obra de arte para Vila Verde, a partir da técnica e da imagética dos Lenços de Namorados.
A iniciativa estará integrada na 11ª Bienal Internacional de Arte Jovem de Vila Verde.
Em novembro, a música assume lugar de destaque, sendo Ponte de Lima o anfitrião da residência artística de André Henriques, membro da banda Linda Martini.
O último quadrimestre de 2020 encerra com a residência artística de Miguel Pereira, que desenvolverá em Ponte da Barca um projeto de bailado em parceria com a escola de ballet local.
Os municípios de Amares, Arcos de Valdevez, Braga, Cabeceiras de Basto, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Valença, Viana do Castelo, Vieira do Minho, Vila Nova de Cerveira e Vizela acolherão os artistas e respetivas residências artísticas durante o primeiro semestre de 2021.
por Olímpia Mairos, in Renascença | 27 de maio de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença