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Abysmo lança revista digital "Torpor. Passos de voluptuosa dança na travagem brusca"
Torpor será lançada no site da abysmo, na quarta-feira (um certo dia 20 de 2020) com uma primeira parte, a que seguirão uploads sucessivos até ao fim de semana. Dia 25 maio será o dia em que os amantes do papel poderão encontrar uma versão pdf dos conteúdos.
Contra tudo o que seria expectável numa fase de incerteza para a economia e para as artes, a abysmo, editora independente, vai lançar “Torpor. Passos de voluptuosa dança na travagem brusca”, na próxima quarta-feira, dia 20 de maio de 2020 pelas 20h20. A nova revista digital gratuita terá direcção editorial de João Paulo Cotrim, imagem gráfica de José Teófilo Duarte e será um espaço de ensaio.
A revista nasce assumida e marcadamente durante a crise pandémica e pretende captar o efeito que a mesma, e o respetivo confinamento, teve e terá tanto nas artes como na vida. Entre os colaboradores contam-se artistas plásticos, pintores, ilustradores, fotógrafos, escritores, psicanalistas, divulgadores científicos, ensaístas, jornalistas, poetas, tradutores, designers, produtores, enfim, criadores de toda a espécie. As páginas virtuais acolherão trabalhos de, por exemplo, Alberto Pimenta, António de Castro Caeiro, António Jorge Gonçalves, Nuno Saraiva, Rita Taborda Duarte, Inês Fonseca Santos, João Fazenda, Sérgio Godinho, Filipe Homem Fonseca ou António Mega Ferreira entre muitos outros.
Para João Paulo Cotrim, “tendo a abysmo autores variados e de grande dinamismo, vários deles sem qualquer pudor no uso das redes para ensaio de novas formas de contar ou meio de publicação, apercebemo-nos cedo na crise pandémica que não haviam parado de produzir de muitos modos: poemas, contos, pensamento, desenho, pintura, humor, muitas vezes misturando os vários géneros e linguagens. Ou o seu trabalho tinha sido apanhado pela quarentena ou tentavam capturar o ar dos tempos, como se estivessem a pensar alto. De par com os autores da casa, um sem número de amigos ia comentando e produzindo e jogando nas redes, pelo que se afigurava urgente não perder no fluxo aquilo que era bastante mais que espuma dos dias. A estes juntaram-se depois outros com trabalhos inéditos ou feitos propositadamente”.
“Entendendo a abysmo o trabalho de edição como a tentativa de retirar ao caos o que se consiga de sentido, no caso, de partir da dispersão atómica das redes para uma montar arquitetura de nexos próxima da publicação, de um quase livro, desafiámos os nossos parceiros de outra aventuras, o atelier DDLX, para fazer uma revista digital, que será site e pdf, ou seja online e offline, experimentando, afinal, este jogo entre dentro e fora, entre a ligação ao mundo e o recolhimento íntimo que só a leitura permite. Acabou sendo uma sacudidela no torpor”.
A estrutura da publicação goza de grande liberdade, condição indispensável da sua essência. Além de alguns conteúdos multimédia, Torpor será composta por alguns blocos, de modo nenhum estanques:
A abrir: apresentação dinâmica de alguns dos temas e géneros abordados;
A pessoa primeiro: o confinamento obrigou ao convívio com os espelhos e autobiografia tornou-se ferramenta principal;
Quatro ou mais paredes: a casa não se tornou a apenas o lugar de viver, transfigurou-se em mundo
Voar baixinho: as cidades mudaram, acolheram o silêncio e o deserto e tornaram-se, de modo distinto, a grande metáfora do tempo;
E mais além: outras paisagens existem e vivas para além das urbes, com outros ritmos e maneiras;
Enfim: a morte e o medo, que raramente deixam de morar perto, tornaram-se ainda mais próximos e abertos ao diálogo.
Torpor será lançada em www.torpor.abysmo.pt