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Pensar o fim de vida em tempos de pandemia
A Covid-19 chamou-nos a atenção para os cuidados no final da vida. A morte mais solitária, sem acompanhamento familiar, justifica que retomemos, em Portugal, um vivo debate sobre a importância do testamento vital.
Ciente desta realidade, o médico pneumologista J. Filipe Monteiro escreveu Testamento Vital – Nos Dilemas Éticos do Fim da Vida, um ensaio em que aborda os fundamentos, particularidades e perspectivas subjacentes à distanásia, ou prolongamento indevido do processo da morte. A obra, publicada pela Guerra e Paz, Editores, chega agora às livrarias de todo o país.
Nas últimas décadas, os impressionantes avanços na tecnologia médica, ao possibilitarem um suporte aos órgãos em falência, permitiram que milhares de vidas fossem salvas. Contudo o uso desta tecnologia pode estar na origem do prolongar indevido do processo da morte, a distanásia, através da obstinação terapêutica, o que levanta inúmeros conflitos éticos do fim da vida.
A pandemia de covid-19 veio adensar este debate, sobretudo pela possível escassez de ventiladores necessários para acudir todos os que eventualmente necessitem destes equipamentos, imprescindíveis numa situação de falência respiratória aguda.
No sentido de mitigar estes angustiantes dilemas éticos, foi legislado o testamento vital ou directivas antecipadas de vontade, que permite aos doentes definirem quais os cuidados de saúde que pretendem ou não receber no caso de padecerem de uma enfermidade para a qual a medicina actual não dispõe de cura ou tratamento que possibilite uma vida física e mental saudável.
Para elucidar a comunidade à cerca da distanásia e do testamento vital, o especialista em pneumologia J. Filipe Monteiro, publicou o ensaio Dysthanasia: Delaying the Process of Death Through Treatment Stubbornness, pela prestigiada Cambridge Scholars Publishing, no Reino Unido.
Este livro chega agora a Portugal, com o título Testamento Vital – Nos Dilemas Éticos do Fim da Vida e a chancela da Guerra e Paz, Editores, numa edição revista e acrescentada.
O autor, antigo coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos Respiratórios do Hospital de Santa Maria, explana, de uma maneira holística, «os diversos conceitos, fundamentos, particularidades e perspectivas subjacentes à obstinação terapêutica, nomeadamente o seu percurso desde a Grécia e Roma Antigas, os aspectos técnicos envolvidos, os fundamentos filosóficos que podem estar na sua génese, os equívocos em relação a outros dilemas éticos do fim da vida, os problemas sociais e familiares, a perspectiva das religiões e a evolução futura deste problema ético. E, obviamente, o papel do testamento vital na sua mitigação».
Testamento Vital – Nos Dilemas Éticos do Fim da Vida chega às livrarias de todo o país no próximo dia 19 de Maio, data que marca o regresso da Guerra e Paz às publicações, depois de dois meses de pausa profiláctica. O livro pode ser encomendado desde já, através de pré-compra, no site oficial da editora.
Testamento Vital – Nos Dilemas Éticos do Fim da Vida
J. Filipe Monteiro
Não-Ficção / Ensaio
176 páginas · 15x23 · 15,00 €
Guerra e Paz, Editores