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Vemos, Ouvimos e Lemos @ Montijo
VEMOS, OUVIMOS e LEMOS é o nome da nova rubrica de divulgação e promoção da Biblioteca Municipal do Montijo em formato digital neste momento de confinamento social, espacial e temporal.
Tomando como mote os versos militantes de Sophia de Mello Breyner, dá-se hoje início à apresentação regular da documentação que constituem as diversificadas coleções (bibliográficas, audiovisuais, publicações periódicas, iconográficas, manuscritos) da nossa biblioteca.
Pretende-se assim, através deste meio, divulgar obras de autores relevantes, não só portugueses mas também internacionais, e, com um olhar particularmente atento aos autores e temáticas de identidade e história local.
Esta rubrica visa dar a conhecer a diversidade e riqueza documental dos 35 anos de vida da Biblioteca Municipal e a promoção da leitura nas suas mais variadas literacias: cultural, científica, digital e audiovisual.
Para esta semana, a Biblioteca Municipal do Montijo propõe-lhe um clássico do cinema, "Janela Indiscreta". Ao revisitar esta obra-prima de Hitchcock inevitavelmente sente-se, tal como a personagem principal do filme, a estranheza sobre a condição de se estar fechado em casa. No entanto, essa condição é também uma experiência fascinante e reflexiva.
Semana de 30 de abril a 7 de maio
"Janela Indiscreta"
Janela Indiscreta é um filme de suspense realizado por Alfred Hitchcock (1899-1980) em 1954, baseado no conto de Cornell Woodrich “It had to be murder” publicado em 1942.
O filme conta a história de L.B. Jeffries (James Stewart), um fotojornalista que se encontra confinado a uma cadeira de rodas no seu apartamento por ter partido uma perna, enquanto fotografava um acidente numa corrida de carros. Para matar o tédio, entre as visitas noturnas da sua namorada Lisa (Grace Kelly) e as visitas matinais da enfermeira Stella (Thelma Ritter), dedica-se a observar através de uns binóculos, a vida privada dos vizinhos a partir da janela traseira da sua casa. Entre a vizinhança observamos personagens peculiares, como o casal recém-casado; um pianista solteiro de meia-idade; uma exuberante bailarina sempre com graciosos movimentos atléticos; a mulher que vive sozinha que Jeffries apelidou de miss “coração solitário” e um caixeiro-viajante que cuida da esposa acamada. É esta última personagem, Lars Thorwald (Raymond Burr), que vai atrair a atenção de Jeffries, quando um dia se apercebe que a sua mulher inválida desapareceu.
Associado a este misterioso desaparecimento, todos os movimentos de Lars tornam-se suspeitos indiciando um potencial crime de assassinato. Para desvendar este caso, Jeffries vai envolver a sua elegante namorada Lisa, a enfermeira Stella e o amigo Tom Doyle (Wendell Corey), um detetive bastante cético quanto às suspeitas da real ocorrência de crime. O desenrolar dos acontecimentos, após várias peripécias, vão conduzir a um dos finais mais inesquecíveis e marcantes da história do cinema, com o cunho que celebrizou Hitchcock: o suspense.
Este filme tem a particularidade de ser um dos primeiros a abordar o tema do voyeurismo, primeiro através do olho da personagem principal, depois através dos seus binóculos e por fim, pela teleobjetiva da máquina fotográfica. Para reforçar este efeito, toda a ação do filme desenvolve-se sempre a partir do apartamento de Jeffries, obrigando o espectador a observar o desenrolar da história a partir da visão do fotógrafo.
Título original: Rear Window
Realização: Alfred Hitchcock
Argumento: John Michael Hayes
Elenco: James Stewart, Grace Kelly, Thelma Ritter, Wendell Corey e Raymond Burr
Género: Suspense, Thriller
Duração: 112 minutos