Publicações
Electra 8 para ler em versão digital
A Electra 8 estava para ser publicada neste meio de abril, mas as dificuldades geradas pelo Covid-19 e as medidas para lhe fazer frente não permitiram que fosse essa a data da sua saída.
Esperamos, com a chegada do verão, poder entregar aos leitores o novo número. Até que a publicação seja possível, e para dar à ausência uma presença, tornamos pública, por via digital, a versão em PDF do número 8 de Electra, cuja edição em papel tem estado à venda nas bancas e livrarias, e que continua, como todas as outras, a poder ser adquirida AQUI.
Ao darmos acesso digital a esta edição, queremos lembrar que Electra é uma revista pensada para ser publicada em papel e essa sua marca genética constitui uma identidade insubstituível. Por isso, esta edição digital integral é excepcional, justificada por uma situação excepcional.
Testemunhamos o nosso reconhecimento pelo interesse que nos tem sido manifestado pelos leitores. Convidamos todos aqueles que têm acesso, pela primeira vez e por este meio, à Electra, a não se privarem da experiência de a folhear, ler e olhar nas edições impressas, passadas e futuras.
O Assunto deste número 8 é Memória e Esquecimento e o do número 9 é Velocidade. Num momento de passagem de uma edição a outra, fazemos nossa uma afirmação do escritor Milan Kundera:
“O grau de lentidão é directamente proporcional à intensidade da memória, o grau de velocidade é directamente proporcional à intensidade do esquecimento.”
Com o desejo de que este encontro continue também nas bancas e livrarias, agradecemos o vosso interesse e a vossa fidelidade.
MEMÓRIA E ESQUECIMENTO
“Hoje, a memória e o esquecimento ganharam os sons e os silêncios que fazem a voz do nosso tempo.” diz o editorial do número oito da Electra anunciando o tema do dossier desta edição: Memória e Esquecimento. Nesta secção, é entrevistado o historiador François Hartog, que desenvolve uma importante reflexão sobre questões fundamentais da historiografia e sobre as modalidades da experiência do tempo que definem cada época; Bernd Stiegler, teórico e historiador dos media, aborda a fotografia como um bem cultural e sublinha a importância da preservação do património fotográfico; o historiador Enzo Traverso descreve uma transição que marca o final do século XX: a substituição das utopias pelo culto da memória; Maria Filomena Molder pensa a questão da força da memória e dos instrumentos mnemotécnicos. Estes textos são ilustrados por imagens de Gerhard Richter, uma referência da arte contemporânea, sendo também sua a imagem da capa.
WALID RAAD. TOLSTOI. ABDELLAH TAÏA. CHURCHILL
O direito à opinião e os limites à liberdade de expressão são os temas analisados pelo jornalista espanhol Francisco Alba e pelo jurista português Rui Patrício, sob o mote “Quando é que a opinião é crime?”. Nesta edição é apresentado um portfolio do artista libanês-americano Walid Raad, autor de uma obra densa de significados antropológicos, filosóficos, sociais, estéticos e psicológicos, na qual a guerra está muito presente, com as suas causas e consequências; O ensaísta brasileiro Silviano Santiago, vencedor do Prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa em 2015, contribui com um registo de momentos do seu quotidiano cruzados com a tensa vida política e cultural do Brasil; e o escritor marroquino Abdellah Taïa é entrevistado por António Guerreiro. Esta edição conta ainda com contributos de, entre outros, Sarah Singh, fotógrafa, pintora e realizadora indiana; Dan Unguarianu, professor de estudos russos que fala de “Guerra e Paz” e do seu autor Tolstoi; Bernardo Futscher Pereira, diplomata e historiador que faz um outro retrato de Winston Churchill; Catherine Millet, fundadora e editora da revista Art Press; Carlos Manuel Álvarez, escritor que revisita a cidade de Havana num texto com fotografias da cineasta Agnès Varda; Jörg Rüpke, especialista em estudos religiosos, que nos fala dobre religião e urbanidade.
>> LEIA AQUI A VERSÃO DIGITAL DA ELECTRA 8