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Santuário Rupestre de Garfe já é sítio de interesse público
O Santuário Rupestre de Garfe, na Póvoa de Lanhoso, também conhecido localmente por penedo das Pias dos Mouros, foi classificado como sítio de interesse público devido ao seu “testemunho simbólico ou religioso” e ao “valor estético técnico”.
A portaria de classificação foi publicada a 30 de março de 2020, em Diário da República. Após o pedido da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, em 2015, para abertura do procedimento de classificação como Imóvel de Interesse Público deste monumento e da respetiva área envolvente, o reconhecimento como Sítio de Interesse Público é mais um passo que o município alcança para a sua valorização e salvaguarda, estando já a pensar-se nas ações futuras a desenvolver para se efetuar um estudo mais pormenorizado sobre este local sagrado, fundamental para a memória coletiva da Póvoa de Lanhoso.
O Santuário Rupestre de Garfe é um singular e enigmático monumento rupestre português, equiparado ao Santuário Rupestre de Panóias, expoente máximo no nosso país desta tipologia de monumentos. Apresenta uma tipologia que permitiu associá-lo a outros espaços sagrados conhecidos, localizados em geral em afloramentos rochosos e dedicados a divindades indígenas.
Segundo descreve o referido documento, o Santuário Rupestre de Garfe encontra-se “implantado num afloramento granítico de forma circular, sendo constituído por três tanques escavados no topo da rocha. O maior deles em forma de ‘T’ e os dois restantes retangulares, um dos quais dispondo-se paralelamente ao primeiro e o segundo perpendicular a ambos”.
A portaria é assinada pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira, com data de 5 março e destaca a sua relevância para a investigação histórica ou científica bem como o “caráter matricial do bem”, o seu interesse como “testemunho simbólico ou religioso (…), como testemunho notável de vivências ou factos históricos”, bem como o seu valor estético, técnico e material intrínseco, a sua conceção arquitetónica e paisagística, a sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”.
A partir de agora, toda a área classificada é considerada área de sensibilidade arqueológica, pelo que devem ser realizadas sondagens arqueológicas prévias e acompanhamento arqueológico sempre que esteja prevista qualquer ação que implique o revolvimento do solo.