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From Atomic editam disco de estreia "Deliverance"

From Atomic são uma banda que nasce em Coimbra, em 2018, pela ideia de Alberto Ferraz desafiar Sofia Leonor a fazerem algo em conjunto, aos quais se juntou mais tarde Márcio Paranhos, formando-se assim o núcleo 'atómico'.

 

O seu som reflete influências de Yeah Yeah Yeahs, The Jesus & Mary Chain, Cocteau Twins, The Cure, DIIV, Siouxsie & The Banshees, Joy Division, The Raveonettes ou Sonic Youth, buscando muito do 'post punk' britânico da década de 80, mas também algo do 'indie noise' da década seguinte. No entanto, ao escutarmos os From Atomic encontramos um som com marca própria, crua mas firmemente apoiada em melodias pop.

A urgência das palavras com que Sofia Leonor (voz e baixo) nos interpela, expõe a narrativa minimalista que se funde nas melodias ruidosas de Alberto Ferraz (guitarra). O ciclo fecha-se com uma fundação rítmica viciante e feroz, a cargo de Márcio Paranhos (bateria), que enquadra uma atmosfera simultaneamente negra e luminosa.

Em maio de 2018 lançaram "Heaven´s Bless", uma faixa que despertou curiosidade no panorama musical nacional. Ganhou espaço em rádios como a RUC e Antena 3, foi incluído na coletânea "A date with Gliding Barnacles" (Lux Records) e integrado no CD Novos Talentos FNAC 2019. 

27 de março de 2020 acontecerá o lançamento do seu primeiro álbum Deliverance, pela conimbricense Lux Records. Gravado e produzido nos estúdios da Blue House por Henrique Toscano e João Silva, tem mistura e masterização de João Rui, contando com colaboração em uma faixa de Rui Maia (X-Wife, Mirror People).

Nas palavras dos From Atomic, Deliverance apresenta-se como uma descida às profundezas inerentes ao processo de conceção de identidade. Intemporais, as palavras reagem ao impulso incontrolável de procurar entender como sentir e aceitar o mundo. Ao expor as fragilidades que tanto nos atormentam, ousamos acreditar que o que nos rodeia poderá não ser (inteiramente) real. Um sentimento de alienação corre nas veias de cada verso e cada compasso. O conflito é palpável à medida que descemos essa escuridão, mas a representação daquilo que nos define, desaba na vontade de sentir que há escolha, que podemos de alguma forma mudar a nossa natureza. O ímpeto que circunscreve este primeiro álbum é uma confrontação constante com o nosso reflexo e instiga o passado a suspirar ao ouvido, enquanto golpeia as memórias que nos escorrem pelas mãos

Na duração íntima, onde, em cada átomo que nos forma, vive o passado, o presente e o porvir, cada 'agora' é a simultaneidade que se converte em 'imagem-cristal', unidade indivisível da imagem virtual e a imagem atual. 
Rafael Godinho, introdução da obra Gilles Deleuze, A IMAGEM-TEMPO, Cinema 2, Ed. Assírio & Alvim, Lisboa, 2006, p. 9.

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