"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

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Comemoração do Dia Mundial do Teatro pela Companhia Mascarenhas-Martins

Na impossibilidade de apresentar a leitura encenada da mensagem do Dia Mundial do Teatro que estava prevista para o Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida, Montijo, a Companhia Mascarenhas-Martins vai comemorar a efeméride sem que ninguém precise de sair de casa.

Fotografia de cena de "Há dois anos que eu não como pargo" (créditos: Levi Martins)


No dia 27 de Março vai ser lançado um episódio do podcast O lugar da mediação com João Brites, uma parceria com a Mapa das Ideias; o texto Há dois anos que eu não como pargo, de Miguel Branco, vai ficar disponível para leitura enquanto não for possível apresentar o espectáculo; e, enquanto durar o isolamento, vai ficar online o documentário Cortar a rua para abrir caminho, com realização de Levi Martins.

O lugar da mediação ? podcast

A cultura é hoje compreendida como pilar fundamental de cidadania e de coesão social. Colocada no centro do debate em torno do papel da actividade artística e cultural na sociedade, a relação com os públicos reinventa-se todos os dias em diversos espaços e práticas culturais pelo país fora. O podcast O lugar da mediação reúne um conjunto de conversas através das quais se procura compreender o papel da mediação cultural e artística na acção concretas dos agentes da cultura em Portugal. Uma parceria Mapa das Ideias e Companhia Mascarenhas-Martins.

Há dois anos que eu não como pargo ? peça de teatro

Texto do espectáculo da Mascarenhas-Martins que estreou a 12 de Março no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida, Montijo, mas que, devido às actuais circunstâncias, não fez mais nenhuma apresentação. Segunda incursão de Miguel Branco na escrita para cena, depois de Até Parece, que estreou em Maio de 2019 no Montijo. O espectáculo Há dois anos que eu não como pargo voltará a ser apresentado assim que possível. Para já, fica disponível para leitura esta peça suburbana que mistura rap com teatro.

Cortar a rua para abrir caminho ? documentário

Em 2014, O Bando preparou o espectáculo comemorativo dos seus quarenta anos, Quarentena, com residências artísticas em diversos locais. Montijo foi uma das cidades escolhidas, sendo que os trabalhos decorreram sobretudo no Cinema-Teatro Joaquim d’Almeida, onde Levi Martins se encontrava a estagiar. Desafiado por Ana Lopes Jacinto, coordenadora do CTJA, começou a filmar o processo desenvolvido por Sara de Castro, Nuno Nunes e Juliana Pinho, o que resultou no documentário Cortar a rua para abrir caminho, que estará disponível para visionamento no canal de Youtube da Companhia Mascarenhas-Martins enquanto o isolamento se mantiver.

Os links para os diferentes materiais vão ser disponibilizados nas redes sociais (Facebook e Instagram) e no site www.mascarenhasmartins.pt no dia 27 de Março.

A Companhia Mascarenhas-Martins é apoiada pela Câmara Municipal do Montijo e pela Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro

 


Texto de Miguel Branco sobre a disponibilização da sua peça:

Ainda fomos a tempo de estrear, pelo menos isso. Foi importante: o pargo chegou a viver ou a morrer, sabe-se lá. Depois, kaput, é a vida, lá foi ele, numa digressão de portas fechadas pelos vários mares do mundo. Talvez, pelo caminho, possa encontrar o Nemo, não vale de muito é trazê-lo para casa, quando cá chegar vai ter que estar em quarentena uma porrada de dias com outros peixes que não se comem e não viajam e isso deve ser uma merda. É por isso que tomamos esta decisão, de disponibilizar o pargo em modo 2D, um pargo que só se pode ler, nem tocar, nem cheirar, nem comer, nem nada, isto é, uma merda, quem é que quer um pargo-imagem? Um pargo-texto? Ninguém quer saber disso para nada, não é? É, a gente sabe que é. Se assim não for, já sabem, agarrem-se à mentira de ler um texto que nunca se parecerá com o espectáculo. Pode ser que ainda compense. Sabe-se lá. 

  ~ Miguel Branco

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