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Teatro Viriato põe o público a falar ao telefone com escritores e artistas
O Teatro Viriato, em Viseu, está a convidar o público a embarcar numa viagem cultural a partir de casa, com a estreia do "Consultório Literário".
"Se a montanha não puder vir ao teatro, o teatro deslocar-se-á à montanha. Foi este o nosso mote assim que suspendemos a programação face à evolução do novo coronavírus em Portugal e que agora materializamos numa programação online e por telefone, que procura manter-nos a todos ligados", explica Patrícia Portela, diretora artística do Teatro Viriato, em Viseu.
E foi assim que a partir desta quinta-feira se iniciou o "Consultório Literário", um festival telefónico que conta com a participação de livreiros portugueses, escritores, atores, críticos e filósofos. Como se explica no site: "Durante as próximas semanas, não sabemos a que ritmo nem até quando, poetas, livreiros, escritores, editores, atores, críticos, filósofos e tantas outras vozes farão parte da nossa equipa de assistência e apoio moral. Apetrechados de bibliotecas raras, um conhecimento único, e uma instrumentália de ponta vária para observar, ouvir e atender pacientes com todo o tipo de dores físicas e morais, estes especialistas da condição humana estarão disponíveis, a horas marcadas, para atendimento telefónico."
Estes "especialistas da condição humana" estarão disponíveis para, a horas marcadas, atender por telefone quem precisar de "apaziguar as suas dores físicas e morais", numa consulta que dura 15 minutos.
A diretora artística do Teatro Viriato, Patrícia Portela, garante que serão dados "diagnósticos rigorosos, aspirinas para quebras de coragem, tratamentos de longa duração a vários volumes para chatices crónicas, questionários de Proust ou de Petrarca, check-ups (rapidinhos) literários ou aconselhamentos profundos para novas vidas vocabulares (e outras)", dependendo das "dores" que cada um levar para as consultas.
Na sua opinião, "moinhas filosóficas, dúvidas carnais, urgências existenciais ou simplesmente inesperadas solidões em tempos difíceis como estes podem ser apaziguadas, e quem sabe até resolvidas, com uma simples leitura mágica, ou dois dedos de boa conversa".
Depois de cada edição do "Consultório Literário", será publicada uma "ata das dores públicas", que incluirá uma lista dos autores que participaram e das obras lidas e comentadas. "A boa literatura, como se sabe, é a melhor autoajuda e a melhor receita para a alma", considera Patrícia Portela.
A primeira edição do "Consultório Literário" chama-se "SOS Poesia Incompleta - há aproximadamente 47 séculos a responder a angústias" e decorrerá até domingo (Dia Mundial da Poesia), com a participação do "Dr. Changuito, livreiro da Livraria Poesia Incompleta, à espera de uma pergunta ou de uma dor que se quer aliviada".
As marcações podem ser feitas das 13.00 às 19.00 e as consultas acontecem de quinta a sábado das 14.00 às 16.00.
por Lusa e Diário de Notícias | 19 de março de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias