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Assírio & Alvim publica um dos maiores autores de poesia haiku
Yosa Buson, poeta e pintor japonês, é hoje considerado um dos quatro grandes poetas de poesia haiku do Japão.
«Deixa-nos realmente perplexos a constatação de que num tempo de isolamento político, de controle social apertado e de nacionalismo exacerbado, como foi o século XVIII japonês, tenha existido naquele país do Extremo Oriente um ser humano portador de uma criatividade que parecia não conhecer barreiras de qualquer espécie e que, ainda em vida, se veio a afirmar como uma referência de primeira ordem no panorama artístico do seu país e, mais tarde, a nível mundial. Esse homem chamava-se Yosa Buson », afirma Joaquim M. Palma na Introdução de Os Quatro Rostos do Mundo.
«À data da morte do poeta», continua o também tradutor desta edição, «um restrito grupo de amigos, […] desejando dar uma imagem minimamente coerente da grandeza poética de Buson, decidiu fazer uma recolha alargada de haikus, selecionando aqueles que poderiam dar uma imagem inequívoca dessa realidade criativa. No final, tinham selecionado oitocentos e sessenta e oito poemas, agruparam-nos por estações do ano, em dois volumes, e deram ao trabalho o título de Haikus Escolhidos do Mestre Buson, que foi publicado em 1785, um ano após a morte do autor. E é precisamente essa antologia que agora apresentamos aos leitores portugueses.»
Há neste campo de verão
o caminho por onde cheguei
e o caminho por onde partirei
SOBRE O LIVRO
Os Quatro Rostos do Mundo
Introdução, notas e versões portuguesas: Joaquim M. Palma
N.º de Páginas: 298
PVP: 19,90 €
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SOBRE O AUTOR
Yosa Buson
Yosa Buson (Osaka, 1716 – Quioto, 1783), poeta e pintor japonês, é hoje considerado um dos quatro grandes poetas de poesia haiku do Japão.
Nas palavras de Joaquim M. Palma: «Buson é, dos quatro grandes, aquele que tem uma existência adulta que se pode considerar como sendo a mais "normal" e tranquila. Organizou e manteve até ao fim uma vida familiar tradicional, foi pai, em casa havia dinheiro suficiente para o dia a dia (as suas pinturas vendiam-se bem), viajou, dispunha de tempo para se dedicar ao estudo, à escrita e à pintura, teve amigos leais, morreu velho (para a altura). E este estado de coisas refletiu-se muito na sua escrita. Mercê de uma estupenda capacidade de observação da realidade que o rodeia, do conhecimento profundo que tem dos mestres antigos – especialmente de Bashô e dos escritores chineses –, nos seus poemas é perfeitamente percetível a existência de uma atmosfera de desprendimento, de simplicidade, de liberdade e de ternura pelas coisas pequenas do quotidiano.»