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Amadou & Mariam, Niño de Elche, Nitin Sawhney e Rhiannon Giddens: vem aí o FMM 2020
Do Mali à Palestina, de Espanha à América Latina, aí estão os primeiros nomes do 22.º FMM Sines, que irá decorrer entre 18 e 25 de julho.
Ainda a Primavera começou apenas a insinuar-se e aí estão os primeiros nomes a fazer salivar pelo próximo Festival Músicas do Mundo (FMM), a decorrer em Sines e Porto Covo, entre 18 e 25 de julho. E há, desde logo, duas parcerias de peso a celebrar: o duo maliano Amadou & Mariam actuará ao lado do grupo de gospel Blind Boys of Alabama, enquanto a cantora folk norte-americana Rhiannon Giddens (revelada, primeiro, enquanto voz dos Carolina Chocolate Drops) se juntará ao guitarrista italiano Francesco Turrisi. Mas o PÚBLICO pode também avançar já que o 22º FMM Sines acolherá ainda concertos do espanhol Niño de Elche, do britânico (de origem indiana) Nitin Sawhney, da brasileira Ava Rocha, da chilena Mon Laferte, da palestiniana Rasha Nahas e dos jamaicanos Third World.
Depois de se terem cruzado nos bastidores de festivais do circuito da world music, Amadou Bagayoko e Mariam Doumbia acabaram por forjar uma forte amizade com os Blind Boys of Alabama – unidos até por histórias semelhantes, uma vez que em ambos os casos a música foi consequência do encontro em centros para invisuais nos seus países de origem. Dessa amizade acabou por nascer uma digressão mundial que têm levado a cabo nos últimos meses, acompanhada da gravação do single conjunto From Bamako to Birmingham, cruzando as suas muito pessoais variações em torno de blues malianos e tradição gospel.
No caso do projeto que une Rhiannon Giddens a Francesco Turrisi, o álbum There is no Other, lançado em 2019, é não apenas uma inspirada colaboração musical, mas também um libelo contra a xenofobia e os lugares comuns culturais que se espalham pelo mundo e alimentam um mar de preconceitos. A estes nomes juntam-se um Nitin Sawhney na ressaca do 20.º aniversário do histórico Beyond Skin, a Palestina entre o rockabilly e o jazz de Rasha Nahas, a amálgama de géneros latino-americanos professada por Ava Rocha, a pop alternativa entre o Chile e o México de Mon Laferte, o flamenco virado do avesso e em questionamento do colonialismo espanhol por Niño de Elche e uma das mais longevas bandas de reggae pela mão dos Third World. E ainda é só o começo.
por Gonçalo Frota in Público | 26 de fevereiro de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público