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Teatro Nacional São João renova imagem e aposta em companhia "quase" residente
No âmbito das comemorações do centenário, o edifício principal será alvo de obras de restauro durante seis meses em 2021, num investimento avaliado em 1,5 milhões de euros.
Estão abertas as comemorações do centenário do Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto. O projeto, que será apoiado por fundos comunitários, inclui o fecho para obras de reabilitação do edifício na Praça da Batalha e a introdução de uma companhia de atores maioritariamente residente.
As obras ao edifício principal, projetado no século XX pelo arquiteto Marques da Silva, vão decorrer de 31 de março a 1 de outubro de 2021. São seis meses de restauros, orçamentados em 1,5 milhões de euros, anunciou o presidente da instituição, Pedro Sobrado, na apresentação das comemorações do centenário do TNSJ, que decorreu esta terça-feira.
As intervenções vão incidir sobre equipamentos, ações ligadas à segurança contra incêndios, renovação de paredes, pavimentos e tetos, entre outros aspetos. A fachada já tinha sido reabilitada em 2014, após as quais o edifício acabou por ser devolvido à cidade do Porto.
Ao longo do meio ano em que o edifício estará encerrado, as atividades do teatro continuarão no Porto, concentradas às salas secundárias, com especial ênfase no Teatro Carlos Alberto. Segundo o diretor artístico da instituição, Nuno Cardoso, estas atividades também decorrerão "fora de portas", através de digressões.
A obra está integrada na candidatura do TNSJ a verbas do programa "Norte 2020", no valor total de cerca de 2,3 milhões de euros, 85% dos quais financiados por fundos comunitários. Para além das obras, esta candidatura inclui também o programa comemorativo do centenário do teatro.
Estas celebrações incluem, além de uma renovação da identidade visual (em que se deixará oficialmente de abreviar a nomenclatura), o investimento na renovação do parque técnico (510 mil euros), diferenciação da programação artística (130 mil euros) e numa série de atividades para celebração (220 mil euros), que incluem uma exposição, a edição de cadernos comemorativos e um colóquio internacional, descrito por Pedro Sobrado como "o maior sobre teatros nacionais realizado nos últimos 10 anos a nível europeu”.
Uma trupe de atores "quase" residente
O presidente do TNSJ anunciou na apresentação das comemorações do centenário que o teatro vai ter uma companhia de atores maioritariamente residente. Este grupo de seis profissionais terão a missão de “habitar e animar a casa”, diz Pedro Sobrado.
Afonso Santos, Joana Carvalho, João Melo, Maria Leite, Mário Santos e Rodrigo Santos são os nomes que vão incorporar a equipa "quase" residente. Quase, e não totalmente, uma vez que ter "uma companhia residente porque é financeiramente difícil e potencialmente imobilista do ponto de vista artístico", sublinha o presidente, acrescentando que esta aposta tem como principal objetivo “conferir estabilidade aos artistas, criar um raciocínio mais consistente”.
Pretende-se, ainda, “rentabilizar atores”, uma vez que este elenco, além de protagonizar espetáculos da casa, será também utilizado em oficinas, leituras ou no acolhimento de escolas, entre outras atividades.
O trabalho da trupe será dirigido por , que a descreveu como “uma espécie de núcleo simbólico” do TNSJ. “É nossa convicção que a existência de um núcleo de atores contratado à temporada ou anualmente nos permite pensar de maneira mais consequente a produção própria e a política de repertório”, lê-se no dossiê de imprensa sobre a programação do centenário.
Cinco meses de espetáculos nacionais e internacionais
Foram também anunciados os 30 espetáculos que vão preencher a temporada de março a julho. Entre os quais, incluem-se três produções próprias, 11 estreias, oito peças internacionais e 11 coproduções.
Entre as novidades, destaca-se "Castro", encenado por Nuno Cardoso, também diretor artístico do TNSJ. Este será primeiro espetáculo com o elenco “quase” residente da instituição e estará em cena no Porto de 27 de março a 18 de abril, depois de estrear em Aveiro.
O arranque da programação de centenário conta, ainda, com a reposição, de 07 a 09 de março, de “Turismo Infinito”, peça de 2007 que parte de textos de Fernando Pessoa, com encenação de Ricardo Pais, anterior diretor artístico do TNSJ.
Ao longo destes meses, o TNSJ também se associará a festivais como o Festival Dias da Dança (DDD) e o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (FITEI).
por Lusa e Renascença | 11 de fevereiro de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença