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Publicação das Crónicas do Jornal Expresso de Nuno Brederode Santos
As crónicas publicadas ao longo de vinte e sete anos no Jornal Expresso por Nuno Brederode Santos são agora editadas em livro pela Imprensa Nacional e pela Cotovia.
Nuno Brederode Santos era caloiro aquando da crise de 1962, tendo sido então preso e feito greve de fome. Licenciou-se depois em Direito, e cumpria o serviço militar em Moçambique quando se deu o 25 de Abril. Exerceu funções no Instituto de Participações do Estado e foi conselheiro político do Presidente Jorge Sampaio. Notabilizou-se como um dos mais brilhantes cronistas da segunda metade do século XX português.
“Foi bom ter-me posicionado ou descoberto à esquerda, porque é na esquerda que está o melhor de mim mesmo. Claro que trago em mim o aristocrata, o burguês e outras malformações que tanto prezo. Mas, contemporizando embora com elas o mais que posso, deixei-me conduzir pela criança, pelo anarquista e pelo homem solidário que também sou e, com os arrimos da vontade e do orgulho, dei comigo nos arraiais da Liberdade. Lá, onde a festa se faz só com o riso dos irmãos. Senti sempre que era essa a minha festa e soube sempre que era essa a minha gente.”.
É assim que Nuno Brederode Santos se descreve numa das crónicas deste livro. Para o anterior Presidente da República Jorge Sampaio, amigo próximo do cronista, que assina um dos dois prefácios, “mesmo se nos últimos vinte anos muita coisa mudou, trazendo novos desafios e novos protagonistas, estas Crónicas revelam-nos um país em que ainda nos reconhecemos, a constância de questões da sociedade que permanecem inteiras e, sobretudo, são uma lição de humildade bem-disposta sobre as dificuldades de reforçar os fundamentos do nosso regime democrático e pluralista e da construção de uma sociedade aberta, inclusiva e tolerante.
Também Alexandra Lucas Coelho assina um prefácio deste livro dizendo-nos que «quem buscar entretenimento, tem-no aqui q.b. Mas, como nos espelhos de obsidiana, o passado contém o presente que contém o futuro, mesmo que ainda não possamos entender tudo o que estas crónicas dizem sobre nós. O Nuno acredita na construção contínua da democracia, em "votar hoje para poder votar amanhã", portanto nas pessoas. Nunca a paródia dele é para nos apequenar, ao contrário. Isso é parte do que o distingue dos cínicos, e é parte da exigência que este livro coloca a cada um. O Nuno acredita em nós.»
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