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Obras de arte da Coleção BPN que vão ser integradas na Coleção do Estado

A Coleção BPN é composta por 196 obras de arte reunidas pelo ex-Banco Português de Negócios, sendo 156 obras de artistas nacionais e 40 de artistas estrangeiros. 

Quadros de Miró faziam parte do acervo do ex-BPN © Vítor Rios / Global Imagens


De acordo com o Ministério da Cultura, num comunicado divulgado esta segunda-feira, a "cerimónia de apresentação das obras de arte da Coleção BPN, que serão agora integradas na Coleção do Estado", marcada para terça-feira de manhã no Forte de Sacavém, contará com a intervenção do ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno, e da ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Graça Fonseca, numa entrevista esta segunda-feira ao jornal 'online' Observador, revelou que o Estado comprou a Coleção BPN por cinco milhões de euros e que esta "ficará e será colocada em Coimbra, onde se criará um novo polo de arte contemporânea portuguesa".

A ministra revelou que o Centro de Arte Contemporânea será criado naquela cidade, "em articulação com o município".

A Coleção BPN é composta por perto de 200 obras de arte reunidas pelo ex-Banco Português de Negócios (BPN). O destino das obras aguardava decisão do Governo desde a nacionalização daquela instituição bancária, em 2008.

Este acervo é gerido pela Parups e pela Parvalorem, empresas criadas em 2010 para gerir os ativos e recuperar os créditos do ex-BPN, e cuja nova administração, liderada por Sofia Torres, iniciou funções em março do ano passado, substituindo o anterior presidente, Francisco Nogueira Leite.

De acordo com os relatórios e contas de 2017 das empresas, publicados em março do ano passado, no total, as duas sociedades detêm 196 obras, que foram avaliadas entre 4,1 milhões de euros e 6,1 milhões de euros, sendo 156 obras de artistas nacionais e 40 de artistas estrangeiros, principalmente do século XX.

Ainda segundo os relatórios, as 40 obras de artistas estrangeiros tinham um valor estimado em cerca de um milhão de euros, e as 156 obras de artistas portugueses, em perto de três milhões de euros, para o valor mais baixo do intervalo de avaliação.

A administração anterior fez um depósito de três quadros da pintora Maria Helena Vieira da Silva na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva.

Excetuando estas peças, o acervo de obras de arte do ex-BPN - que se encontrava anteriormente no cofre da Caixa Geral de Depósitos, na avenida 5 de outubro, em Lisboa, - está guardado, desde dezembro de 2016, a cargo da empresa especializada Iterartis, com um seguro contratado com a multinacional Hiscox.

Em várias ocasiões, a anterior administração solicitou instruções às tutelas da Cultura e das Finanças sobre o destino a dar às obras de arte, a última delas em março de 2018.

No acervo do ex-BPN - de onde saiu a polémica Coleção Miró, que estava para ser vendida no estrangeiro, mas acabou por ficar em Portugal - estão obras de artistas consagrados como Paula Rego, Amadeo de Souza-Cardoso, Mário Cesariny, Rui Chafes, Eduardo Batarda e António Dacosta.


por Lusa e Diário de Notícias | 27 de janeiro de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias

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