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Literatura da Catalunha mostra-se no Correntes d'Escritas
O encontro anual de escritores de expressão ibérica, Correntes d'Escritas, vai na edição que inicia a sua terceira década promover a literatura da Catalunha. A parceria foi anunciada na Póvoa de Varzim durante a apresentação oficial do certame, que se realiza entre 15 e 23 de fevereiro.
No evento deste ano estarão presentes quatro autores que vão dar destaque à literatura catalã. Uma presença confirmada por Iolanda Batallé, responsável do Instituto catalão Ramón Llull: "É uma honra estar num evento destes, em que a dimensão é muito maior do que imaginava. Sento orgulho em estar promover um vínculo histórico entre a Catalunha e Portugal, e dar a conhecer o tesouro da literatura catalã, que já teve mais de 200 livros traduzidos para português".
Clara Usón, Laia Martínez i López, Marta Orriols Balaguer e Tina Vallès são vozes que chegam da Catalunha, a par de outros escritores de língua espanhola, como Rosa Montero, Uberto Satibile, Melcior Comes e Miguel Rojo, de Espanha, a argentina Alexandra Zina, a chilena Carmen Yáñez, a hispano-marroquina Najat El Hachmi ou o colombiano Juan Gabriel Vásquez, vencedor do Prémio Correntes d'Escritas em 2017.
Para Luís Diamantino, um dos responsáveis pela organização do encontro, a aproximação à Catalunha é "mais um importante passo na abrangência do Correntes d'Escritas. O livro é estrela deste encontro e a sua promoção junto do público é a nossa missão.
Queremos dar a conhecer, ainda mais, toda riqueza da literatura das línguas ibéricas, juntando escritores, editores, tradutores, agentes e leitores nestes dias na Póvoa de Varzim".
A sessão de abertura desta 21.ª edição do Correntes D'Escritas, terá como convidado Álvaro Siza Vieira, o mais premiado arquiteto português de sempre, que estará na Póvoa de Varzim a 19 de fevereiro. No dia do arranque do certame, também serão divulgados os vencedores dos prémios literários do festival e lançada a revista oficial do evento, desta feita dedicada à escritora Hélia Correia.
À principal distinção do festival, o Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, concorrem este ano 15 obras de prosa, na categoria de novela/romance, selecionadas por um júri composto por Ana Daniela Soares, Carlos Quiroga, Isabel Pires de Lima, Paula Mendes Coelho e Valter Hugo Mãe.
"A Transparência do Tempo", de Leonardo Padura, "Bilac vê estrelas", de Ruy Castro, "Cair para dentro", de Valério Romão, "Ecologia", de Joana Bértholo, "Estuário", de Lídia Jorge, "Fabián e o Caos", de Pedro Juan Gutiérrez, "Memórias Secretas", de Mário Cláudio, "Ninguém Espera por Mim no Exílio", de João Paulo Sousa, "O Bebedor de Horizontes", de Mia Couto, "O Centro do Mundo", de Ana Cristina Leonardo, "O Invisível", de Rui Lage, "O Nervo Ótico", de Maria Gaínza, "Pátria", de Fernando Aramburu, "Sua Excelência, de Corpo Presente", de Pepetela, e "Também os brancos sabem dançar", de Kalaf Epalanga, foram os livros escolhidos para concorrer ao principal prémio do certame, que em 2019 foi conquistado por Luís Quintais, com a obra "A Noite Imóvel".
Para esta 21.ª edição do Correntes d'Escritas, a organização convidou perto de uma centena de autores de expressão ibérica, de 14 nacionalidades, havendo 30 escritores que participam pela primeira vez no evento, que se desenrolará, com múltiplas atividades, até 23 de fevereiro.
Além de Hélia Correia, destacam-se escritores portugueses como Afonso Cruz, Ana Luísa Amaral, Ana Margarida de Carvalho, Gonçalo M. Tavares, Isabel Rio Novo, Jaime Rocha, João de Melo, José Gardeazabal, Luísa Costa Gomes, Patrícia Portela, Ricardo Araújo Pereira e Rita Taborda Duarte. Do universo lusófono, estão anunciados autores como Germano Almeida e Mário Lúcio, de Cabo Verde, Abdulai Silá e Conduto de Pina, da Guiné-Bissau, Hirondina Joshua, de Moçambique, e Manuel Rui e David Capelenguela, de Angola.
Durante o certame vão realizar-se 10 mesas redondas, no Cine-Teatro Garrett, ponto central das atividades do Correntes D' Escritas, onde escritores e público vão interagir no debate de temas variados. Vão decorrer ainda várias iniciativas paralelas, como lançamentos de livros, ações de formação, concertos e exposições.
por Lusa e Diário de Notícias | 23 de janeiro de 2020
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Diário de Notícias