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Cineteatro Louletano celebra 90 anos com programação diferenciadora a sul e renovada imagem
Em 2020 o Cineteatro Louletano comemora 90 anos de percurso cultural e de inquietação criativa.
A par de uma renovada imagem, acabou de ser anunciada publicamente a programação artística para a temporada que decorre entre janeiro e julho deste ano. Mais uma vez, há uma forte aposta numa oferta exigente, eclética e diferenciadora, que tem vindo a posicionar este equipamento como uma referência a sul do país. Continuando a contemplar as áreas da Música, Teatro, Dança e do Multidisciplinar, o Cineteatro dará especial atenção às vertentes da Formação e do Pensamento, bem como ao estímulo e envolvimento do tecido artístico local/regional, privilegiando as encomendas e as coproduções, também aqui com a inclusão de diversos artistas e companhias de renome nacional.
A área do Teatro será o universo dominante durante todo o ano de 2020, não só com várias peças das quais o Cineteatro é coprodutor (todas em estreia a sul do país), como também com mostras e festivais, quer ainda através de um novo ciclo programático estruturante que atravessará toda a agenda dos próximos dois anos (2020-2021), denominado “Implikação”, o qual prevê não só a apresentação de espetáculos mas também todo um trabalho paralelo de mediação e pensamento em torno das temáticas dos mesmos que incluirá debates com reputados convidados, performances, visionamento e comentário de filmes e workshops com alunos e docentes do ensino secundário do concelho de Loulé.
No primeiro semestre deste ano este ciclo abre com a peça “Canto da Europa”, de Jacinto Lucas Pires, a 7 de fevereiro, e depois enfoca nas novas tecnologias com o espetáculo “Gulliver” (dirigido à comunidade escolar), do criador algarvio Tiago Cadete, a 9 e 10 de março. Em abril há uma semana intensa dedicada às Fake News (ética, verdade e mentira) que culmina com a estreia a sul da peça “Fake”, da reconhecida dupla Inês Barahona e Miguel Fragata, a 24 de abril. Já em junho, no dia 5, o encenador Tiago Correia apresenta a peça “Turismo”, no seguimento de uma residência realizada em 2019 em Loulé e noutras cidades (Porto e Barcelona) centrada num projeto de investigação sobre o tema da Gentrificação. Por fim, e de forma propositadamente simbólica, o Cineteatro encerra a primeira temporada a 23 de junho com um inquietante espetáculo que cruza dança e performance, de David Marques, “Mistério da Cultura”, e que enfoca na questão da burocracia e dos financiamentos na área cultural em Portugal. Paralelamente a estes espetáculos, haverá debates sobre as temáticas dos mesmos com reconhecidos nomes como Luís Osório, Viriato Soromenho-Marques, Carlos Albino, Filipe da Palma, Rosa Veloso, João Guerreiro, Teresa Valente, Tiago Correia, Jacinto Lucas Pires e Eglantina Monteiro.
Mas a oferta teatral não se fica por aqui. Além da 2.ª edição do Tanto Mar – Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé, uma coprodução da associação Folha de Medronho com o Município de Loulé, a qual se centra no diálogo com África e o Brasil (entre 5 e 7 de março), e dos Cenários – Mostra de Teatro de Loulé, que decorrem entre 17 e 22 de março no palco do Cineteatro, uma das grandes apostas da programação vai para a peça “Perfil Perdido”, de Marco Martins, com a dupla Beatriz Batarda (atriz) e Romeu Runa (bailarino), a qual promete ser uma das criações portuguesas mais cativantes de 2020 depois da auspiciosa estreia mundial em Istambul na Turquia em finais de 2019. “Perfil Perdido” terá duas apresentações em Loulé, a 15 e 16 de maio. Não faltam ainda duas imperdíveis criações de Ricardo Neves-Neves: “A Reconquista de Olivenza” (com Filipe Raposo), a 21 e 22 de fevereiro; e a reposição da “Soberana” (encomenda do Cineteatro em 2019), em parceria com Ana Lázaro, agora num total de quatro apresentações nos dias 10 e 11 de abril.
No plano musical, destacam-se, em estreia absoluta a sul, os concertos de tributo a António Variações (com a banda do filme liderada pelo ator Sérgio Praia) a 1 de fevereiro, bem como a Chico Buarque com um coletivo de reputados músicos brasileiros no dia 21 de abril, quatro dias antes de Buarque rumar a Lisboa para receber o Prémio Camões, o mais importante prémio da língua portuguesa. A estreia a sul do novo disco de Cristina Branco, “Eva”, a 19 de junho, vem no seguimento da residência artística que a reconhecida e singular intérprete realizou em Loulé em outubro deste ano. No âmbito do programa cultural 365 Algarve, são de sublinhar a 4.ª edição do Festival Internacional de Piano do Algarve, que junta o reputado Pedro Burmester aos pianistas Miguel Borges Coelho e Hugo Peres (a 16 de fevereiro), e o concerto em que a prestigiada cantora norte-americana Jane Monheit atua com a Orquestra de Jazz do Algarve (31 de maio).
Ainda na vertente da música erudita, destaque para os vários formatos que a Orquestra Clássica do Sul irá dinamizar, e que passam, em grande medida, pelos “Concertos Promenade” a pensar nas famílias e por um concerto pedagógico dirigido à comunidade escolar. O estímulo e envolvimento dos artistas do concelho de Loulé e da região constituem igualmente uma tónica desta programação, com vários espetáculos previstos, muitos deles de apresentação de discos, como sejam os casos de João Frade, André Cardoso, Perigo Público & Sickonce ou Bruno Maliji, somando-se ainda as participações do cantor e pianista Ricardo Martins (no Jantar de São Valentim) e da Academia IluminArte, que irá fazer uma mostra dos trabalhos desenvolvidos pela Associação Artística Satori.
O campo da Dança Inclusiva estará em grande destaque em abril, sendo uma nova aposta programática do Cineteatro, arrancando logo com uma colaboração regular entre este equipamento e o reconhecido e premiado projeto “Dançando com a Diferença”, sediado na Madeira. Pretende-se criar uma dinâmica colaborativa que permita envolver as instituições louletanas que trabalham com pessoas com deficiência, e investir num trabalho artístico que junte as mesmas a pessoas sem deficiência. A realização de laboratórios, debates e formações em torno desta temática passará a ser uma prioridade da agenda do Cineteatro. Mas a dança tem outras frentes de interesse: além das várias propostas nacionais e internacionais de reconhecida qualidade integradas nos VI Encontros do DeVIR – resgate, da nova criação “Diz-me, António”, da Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e da 20.ª edição do Festival Al-Mutamid, também é a linguagem coreográfica que vai encerrar a temporada do Cineteatro a 23 de junho: “Mistério da Cultura”, de David Marques, num cruzamento entre dança e performance para falar das danças e contradanças da burocracia associada aos apoios/financiamentos ao universo artístico.
A encomenda continua a ser muito privilegiada pela estratégia do Cineteatro e nesta temporada – numa lógica de retoma do ciclo “O Longe é Aqui”, o qual se destacou nos últimos anos por juntar, em espetáculos inéditos, músicos locais a reconhecidos artistas nacionais – o Trio de Jazz de Loulé encontra-se com Jorge Palma a 25 de abril (reinventando canções ligadas ao canto de intervenção numa abordagem jazzística). Já em maio, nas vésperas do feriado municipal (20 de maio), é a vez de a internacionalmente reconhecida cantora Sofia Escobar atuar com um ensemble de docentes do Conservatório de Música de Loulé – Francisco Rosado num repertório a que os musicais darão o mote. Soma-se o desafio lançado ao prestigiado contrabaixista Carlos Bica para operar uma releitura na obra de Beethoven (em 2020 comemoram-se 250 anos sobre o seu nascimento), juntando-se a ele dois músicos alemães (no saxofone e eletrónica) e o pianista João Paulo Esteves da Silva numa abordagem arrojada e experimental, que acontecerá em dose dupla a 29 e 30 de maio em estreia nacional.
Para a comunidade escolar, e além do espetáculo “Gulliver” e do envolvimento do ensino secundário no ciclo “Implikação”, é apresentada, em estreia a sul, a criação “O convidador de pirilampos” (para maiores de 6 anos), do reconhecido António Jorge Gonçalves. A aposta continuada na Arte para a Infância – outra prioridade do Cineteatro desde 2016 – reflete-se ainda na presença muito destacada da dimensão formativa nesta grelha de programação, de modo quer a envolver as instituições públicas e privadas que desenvolvem dinâmicas e projetos nesta área, quer a capacitar e qualificar ainda mais os profissionais do concelho e da região que trabalham com os mais pequenos, dada também a diminuta oferta formativa existente a sul até há bem pouco tempo.
Além da Arte para a Infância, da Dança Inclusiva e das encomendas musicais com músicos algarvios e outros de renome nacional, um quarto vetor estratégico da programação do Cineteatro tem consistido nos cruzamentos interdisciplinares entre Música e Imagem, e, paralelamente, nas abordagens exploratórias à Arte Sonora. 2020 traz consigo a 5.ª edição do Som Riscado – Festival de Música e Imagem de Loulé entre 26 e 29 de março, com diversos concertos, debates, instalações interativas e formações de referência a sul do país, dirigidos não só a públicos minoritários mas também a um universo mais alargado de destinatários, com especial enfoque nas crianças/jovens (estudantes) e famílias, e numa parceria estreita com vários agentes culturais e educativos do concelho e da região.
O Cinema também não é esquecido, com vários eventos de referência: não apenas a Monstrare – Mostra Internacional de Cinema Social, como também a Mostra de Cinema da América Latina (de 23 a 26 de janeiro) e depois, em maio, a já habitual Festa do Cinema Italiano. Soma-se ainda, em 2020, um debate e visionamento de filme sobre Nova Inteligência a 15 de março, no âmbito da Human XXI – Bienal do Humanismo de Loulé.
Para o dia 19 de abril, quando o Cineteatro comemora 90 anos, a dança dos anos 30, 40, 50 e 60 invade o palco e todos são convidados a dançar e a brindar ao seu aniversário, com a participação especial da Orquestra de Jazz do Algarve num ambiente descontraído e contagiante, com entrada livre.
Para mais informações e reservas os interessados podem contactar o Cineteatro Louletano pelo telefone 289 414 604 (terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo email cinereservas@cm-loule.pt. Além disso, podem consultar a sua página de facebook – ou o seu renovado website, ambos em permanente atualização, bem como a sua conta no instagram (cineteatrolouletano), existindo também a possibilidade de compra de ingressos nos locais aderentes ou online através da plataforma BOL.
O Cineteatro Louletano é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas do Município de Loulé e está integrado na Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e na Rede 5 Sentidos.