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Museu da Língua Portuguesa em São Paulo reabre em junho de 2020
Novos conteúdos, mais área e obras terminadas mais de um ano depois do previsto. EDP é a principal patrocinadora e Fundação Gulbenkian apoia o projeto.
O Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, destruído por um grave incêndio há quatro anos, vai reabrir em Junho de 2020, anunciou segunda-feira o Governo do Estado de São Paulo. O edifício da antiga Estação da Luz, no centro de São Paulo, verá até lá a conclusão das obras de restauro, mas também de “readequação interna do espaço”, focada sobretudo na montagem do acervo e instalação de novas tecnologias.
O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado em 2006 e ardeu há quase quatro anos, a 21 de dezembro de 2015. A sua reabertura estava prevista, primeiro, para o primeiro semestre de 2019 e, depois, para o final deste ano, mas derrapou. Essa reabertura está agora prevista para 25 de junho de 2020, com a presença de representantes oficiais de países de língua portuguesa, e uma abertura ao público a 27 de junho.
O incêndio de 2015, que segundo as autoridades de segurança brasileiras terá sido causado por um problema num dos holofotes, causou a morte de um bombeiro. Foi, na época, lamentado como “uma perda terrível de um dos maiores equipamentos de educação” do Brasil, como comentou na altura o diretor artístico do museu, Marcello Dantas, ao PÚBLICO. Enquanto esteve em funcionamento, recebeu cerca de 4 milhões de visitantes, diz o Governo do Estado de São Paulo.
Agora, há uma empresa e uma fundação portuguesas envolvidas na sua reconstrução orçado em 81,4 milhões de reais (cerca de 18 milhões de euros). Inicialmente, previa-se que a obra custasse 65 milhões de reais (18 milhões de euros), sendo 34 milhões (9,5 milhões) provenientes de iniciativa privada. Da responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o seu principal patrocinador é a EDP e, além de outros patrocinadores como o Grupo Globo ou o Itaú, tem o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 2017, o primeiro-ministro, António Costa, prometera a participação do Estado português nos esforços de reconstrução, nomeadamente através do Instituto Camões.
O museu vai reabrir com novos conteúdos, que enquadrarão o português entre as mais de sete mil línguas faladas no planeta, ou mostrarão os muitos sotaques com que se fala a língua portuguesa. Foram reforçadas as suas condições de segurança – um comunicado da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo recebido pelo PÚBLICO indica que “entre as novas medidas está a instalação de sprinklers [aspersores de combate a incêndio]”, mas Marcello Dantas já em 2015 garantia que o edifício contava com aspersores. “São Paulo e o Brasil ganharão um imóvel completamente restaurado, com o aparato de segurança mais avançado que existe e ampliação de sua área”, disse o secretário da Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, citado na mesma nota.
Segunda-feira foi o dia de lançamento do concurso para a contratação da entidade que fará a gestão do equipamento (podem candidatar-se organizações sociais de cultura, instituições não-governamentais, associações ou fundações de direito privado e sem fins lucrativos que podem atuar em parceria com o governo estatal, entre outras competências, na gestão dos seus equipamentos). A obra em si passou por três fases: restauro das fachadas, reconstrução da cobertura e recuperação dos espaços internos. No total, o museu ampliará a sua área útil e vai ganhar, entre outras valências, um café.
por Joana Amaral Cardoso, in Público | 17 de dezembro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura e Jornal Público