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"Desterro" de Maria Clara Escobar estreia no Festival Internacional de Roterdão
Desterro, a primeira longa-metragem de ficção da realizadora brasileira Maria Clara Escobar, vai ter a sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, que se realiza de 22 de janeiro a 2 de fevereiro, na secção Tiger Competition.
Esta é a principal secção competitiva deste festival holandês, que na edição de 2020, é composta por um total de 8 longas-metragens.
O filme, co-produzido pela Terratreme, Filmes de Abril (Brasil) e Fruta Cine (Argentina) questiona a representação da ideia de família na sociedade contemporânea. É uma longa-metragem no feminino sobre a vida e as várias vidas, onde a poesia motivou o guião.
Estamos vivendo num mundo em que pessoas que nunca conseguiram se dizer ou se representar vão começando a conquistar esse lugar e, nesse momento, sinto necessidade de desconstruir o status quo da ideia de normalidade, do casal branco hetero intelectualizado. Vejo um desejo do filme de olhar justamente para essa repetição, para essa classe média que faz a manutenção de algo decadente, cujo desejo é não falar sobre isso e não questionar para não perder seu chão que foi conquistado por gerações e gerações anteriores de pessoas que mantiveram o status quo, afirma a jovem realizadora.
Desterro vai estrear nas salas de cinema portuguesas em 2020, numa data a anunciar brevemente.
Além de Desterro, a produtora Terratreme vai apresentar na secção Bright Future do Festival de Roterdão Suzanne Daveau, o mais recente filme de Luísa Homem.
Desterro
2020 | ficção | DCP | 123’ | Brasil, Portugal, Argentina
SINOPSE
Uma casa está em chamas. Todas as casas.
Uma viagem resulta em várias viagens e essa é sem regresso.
Muitas mulheres falam. Contam suas histórias.
A perda, a morte e a luta por ser, ao lado dos outros.
FICHA TÉCNICA
realização, guião MARIA CLARA ESCOBAR
direção de fotografia BRUNO RISAS
direção de art JULIANA LOBO
montagem PATRÍCIA SARAMAGO
som TALES MANFRINATO
edição de com NAHUEL PALENQUE
mistura de sim LEANDRO DE LOREDO
produção FILMES DE ABRIL
co-produção TERRATREME, FRUTACINE
produtores PAULA PRIPAS, JOÃO MATOS, IVAN EIBUSZYC
BIOGRAFIA MARIA CLARA ESCOBAR
Maria Clara Escobar escreveu e realizou a longa-metragem Desterro, a sua primeira ficção, selecionada para o Tiger Awards Competition no 49º Festival Internacional de Cinema de Roterdão. Antes, dirigiu "Os dias com Ele", longa-metragem documental premiada pelo Júri Oficial e Júri Jovem no Festival de Tiradentes, no DocLisboa (Portugal), Cachoeira.Doc (Brasil), IBAFF – Festival de Cine Internacional de Murcia (Spain), V Semana dos Realizadores (Brasil), e no 35º Festival Internacional del Nuevo Cine Latino-americano de Habana (Cuba). O filme foi lançado comercialmente em 18 cidades do Brasil em abril de 2014 e editado em dvd pelo Instituto Moreira Salles.
Maria Clara também escreveu e realizou duas curta-metragens, escreveu o guião e foi realizadora assistente do filme "Histórias que só existem quando lembradas" de Julia Murat. Este, teve sua estreia no Festival de Veneza e ganhou mais de 30 prémios, tendo participado em mais de 40 festivais. O filme foi lançado comercialmente em 5 países.
Recentemente fez o casting de dois filmes participantes na 67ª Berlinale: "Joaquim" de Marcelo Gomes (Competição Internacional) e "Pendular" de Julia Murat (Panorama, onde obteve o Prémio Fipresci).
Em 2019 Maria Clara lançou seu primeiro livro de poemas "Medo, Medo, Medo".