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Animação portuguesa e oceanos marcam 43.ª edição do Cinanima

Festival de Cinema de Animação de Espinho começou esta segunda-feira com 49 filmes na competição internacional, três dos quais são portugueses.

A Fantástica Viagem de Marona, de Anca Damian, foi o filme de abertura do festival DR


Tio Tomás — A Contabilidade dos Dias
, de Regina Pessoa, já distinguido com o Prémio Especial do Júri no Festival de Annecy e com o Grande Prémio no festival brasileiro Anima Mundi, Purpleboy, de Alexandre Siqueira, também Grande Prémio noutro festival brasileiro, o Animage, no Recife, e A Mãe de Sangue, do artista multimédia Vier Nev, são os três filmes portugueses em competição na secção principal da 43.ª edição do Cinanima – Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho, que decorre entre esta segunda-feira e domingo em várias salas desta cidade e com extensão a outros ecrãs da Região Norte.

A secção competitiva daquele que é o mais antigo festival português de cinema ainda em curso vai contar, este ano, com 49 filmes, selecionados a partir de uma lista de perto de 1400 enviados para Espinho por 72 países. Entre os escolhidos, por um júri composto por Margarida Madeira, Regina Machado e Mário Gajo de Carvalho, estão quatro longas-metragens (das 23 candidatas na respetiva categoria): Away, de Gints Zilbalodis (Letónia); The Tower, de Mats Grorud (Noruega); A Cidade dos Piratas, de Otto Guerra (Brasil); e Tito e os Pássaros, de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto, também do Brasil.

Quanto ao cinema português, que parece estar a passar novamente por um período de certa vitalidade – exemplo disso é o facto de ter três curtas-metragens na corrida à nomeação para os Óscares: o já referido Tio Tomás - A Contabilidade dos DiasAgouro, de Vasco Sá e David Doutel; e Don’t Feed These Animals, de Guilherme Afonso e Miguel Madaíl de Freitas –, vai estar também representado no Cinanima com 10 título candidatos ao Prémio António Gaio e com 16 ao Prémio Jovem Cineasta.

Mas “o Cinanima não se reduz a um concurso de filmes, e muito menos a um mero conjunto de sessões de cinema de animação. Existe aqui uma clara preocupação em fomentar e divulgar o cinema de animação de autor e o interesse por esta arte, e a melhor forma de o fazer é apostar na componente formativa”, disse à Agência Lusa o diretor do festival, António Cavacas. A confirmá-lo está não apenas a manutenção e a ampliação das ações formativas: marterclassesworkshops e a promoção de programas educativos junto de escolas de Espinho e de Ovar.

Noutra vertente, o 43.º Cinanima vai dar atenção à temática dos Oceanos, colocando-se a par das preocupações cada vez maiores perante “as mudanças planetárias, as alterações climáticas e a consequente degradação dos ecossistemas, numa época em que se torna impossível dissociar os mares do plástico”, diz o comunicado da direção do festival.

É assim que, na quinta-feira, dia 14, na Sala António Gaio do Centro Multimeios, em Espinho, será exibido um programa de animação sobre a temática dos Oceanos. E, no dia a seguir, em colaboração com a divisão de Cultura e Ambiente da autarquia local, com o Centro de Interdisciplinar de Investigação Marinha (Ciimar) e com a Companhia de Teatro e Marionetas Mandrágora, terá lugar uma performance sobre o tema. Paralelamente, durante toda a semana, decorrem as exposições Mar de Plástico e Mãos de Sal, que de algum modo servirão também de “cenário” para conversas e debates sobre esta realidade preocupante, no Centro Multimeios.

Para a abertura oficial do festival, esta segunda-feira à noite (22h00, na Sala António Gaio), será exibida, em antestreia portuguesa, a longa-metragem A Fantástica Viagem de Marona (2019), da romena Anca Damian, que estará presente na sessão. À Lusa, António Cavacas explicou que esta obra, que conta a história de um cão atropelado, “marca um ponto de viragem no estilo de Anca Damian”, pois, ao contrário do que vinha sendo habitual na sua produção, o filme “não é inspirado numa personagem verídica, nem construído como narrativa de documentário”, embora mantenha a tendência da realizadora para “transpor histórias de vida para o ecrã, usando a animação e a sua diversidade gráfica e técnica como um recurso especial”.

Antes da sessão em Espinho, a realizadora romena dirigirá, de manhã, uma masterclass, com entrada livre, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde falará sobre a realização da sua longa-metragem.

Ainda no primeiro dia do festival, no Centro Multimeios (19h), o Cinanima homenageia Bordo [Borivoj Dovnikovic], cineasta nascido em 1930 na então Jugoslávia (atual Croácia), e com uma vida dedicada ao cinema de animação, durante a qual criou obras como The Doll (1961), Curiosity (1967), Krek (1968), ou Dillo con i Fiori (1972).


por Sérgio C. Andrade in Público | 11de novembro de 2019

Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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