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Ciclo de cinema dedicado a Peter Handke em novembro em Lisboa
Medeia Filmes programa seis filmes na sua sala, o Nimas. O escritor austríaco foi distinguido com o Nobel da Literatura este mês.
Seis filmes que se relacionam com o escritor austríaco Peter Handke, Nobel da Literatura 2019, vão ser exibidos num ciclo de cinema a partir de sexta-feira no Nimas, em Lisboa.
O ciclo começa com A Angústia do Guarda-redes no Momento do Penalty, filme de Wim Wenders estreado em 1972 e premiado no festival de Veneza, dois anos depois de Peter Handke ter publicado a novela homónima (A Angústia do Guarda-redes na Altura do Penalty).
Programado pela Medeia Filmes, o ciclo estender-se-á pela primeira quinzena de novembro, incluindo outros três filmes de Wim Wenders que contaram com colaboração de Peter Handke ou textos do autor: Movimento em Falso (1975), As Asas do Desejo (1987) e o recente Os Belos Dias de Aranjuez (2016). Haverá ainda A Mulher Canhota (1978) e A Ausência (1992), realizados pelo próprio Peter Handke.
Romancista, dramaturgo, poeta, realizador, o escritor austríaco Peter Handke foi apresentado pela Academia Sueca como “um dos mais influentes escritores da Europa depois da Segunda Guerra Mundial”, mas a escolha não esteve isenta de polémica, sobretudo por ter tido uma posição pró-Sérvia na guerra dos Balcãs, nos anos de 1990.
A obra do escritor está editada em Portugal desde a década de 1970 e inclui, entre outros, A Mulher Canhota, Poema à Duração, A Tarde de Um Escritor, Para Uma Abordagem da Fadiga, Insulto ao Público e Numa Noite Escura Saí da Minha Casa Silenciosa.
Segundo o editor Francisco Vale, da Relógio d'Água, O Ladrão de Frutas, o mais recente romance de Peter Handke, deverá sair em Portugal no próximo ano.
Peter Handke defendeu, ao longo da carreira, que se deveria “eliminar” o Nobel da Literatura, que classificava de “falsa canonização”, que “não oferece nada aos leitores”.
No passado dia 10, quando foi anunciado vencedor da edição de 2019 do prémio, Handke, confrontado pelos jornalistas sobre essas declarações, disse estar emocionado com a distinção e pensar de maneira diferente, quanto ao Nobel. “Falei como leitor e não como autor. Hoje já não penso assim”, afirmou, acrescentando que estaria “de certeza” em Estocolmo, em dezembro, para receber o galardão.
por Lusa e Público | 30 de outubro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público