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Uma Inglaterra quebrada
Em vésperas do Brexit, Jonathan Coe publica romance sobre um país dividido. Afinal, o que está n’O Coração de Inglaterra?
O prestigiado escritor Jonathan Coe tem um novo romance, O Coração de Inglaterra, onde aponta com humor as fragilidades da sociedade britânica moderna, em particular as que o Brexit veio pôr em evidência. Atual e pertinente, este livro está já nomeado para o Prémio Femina e chega amanhã às livrarias portuguesas, numa altura em que o autor participa nas Residências Internacionais de Escrita Fundação Dom Luís I, em Cascais. A 21 de novembro, o autor conversará sobre o que está na base deste livro com a jornalista Helena Vasconcelos na Livraria da Travessa, em Lisboa, às 18:30. Apelidado pelo Le Figaro de «magistral», capaz de fornecer uma «radiografia do Reino Unido atual», este é um «romance tradicional passado nos nossos tempos muito inconvencionais» (The New York Times), onde o autor recupera personagens de O Rotter’s Club e de O Círculo Fechado, completando assim uma trilogia não oficial que retrata as últimas décadas do Reino Unido.
SINOPSE
Ian, Sophie, Doug, Coriander, Benjamin e Colin são algumas das personagens de Jonathan Coe que partilham com milhões de britânicos as tormentas de um país dividido nas primeiras décadas do século XXI. Quando, em 2010, é eleito um governo sem maioria, os problemas estão só a começar. Seis anos depois, o mundo recebe a estrondosa notícia de que o Reino Unido deixará a União Europeia em resultado do referendo que inscreveu a palavra Brexit na História. Mas, em 2018, a confusão continua, assim como as negociações infrutíferas que só aumentam a impaciência e o descontentamento de todos. O Coração de Inglaterra evoca oito turbulentos anos da vida britânica e o seu reflexo na vida dos cidadãos. Ian e Sophie são recém-casados que veem a relação tremer devido às diferenças políticas; aos 14 anos, Coriander encontra na rebeldia e nas escaramuças que assolam Londres uma forma de lutar por maior justiça social; Colin tem como última vontade poder votar no referendo que afastará o país da União Europeia e - em teoria - devolvê-lo ao que foi no passado; Benjamim, o filho, só quer ficar à margem dos acontecimentos e poder escrever. Pelo meio, o leitor assiste ao significativo aumento das atitudes xenófobas como consequência do declínio da indústria e da diminuição do número de postos de trabalho.
Neste romance, através de uma prosa clara e muito divertida, Jonathan Coe representa de modo magistral os estranhos tempos em que vivemos, mas sobretudo as marcas profundas que deixam nas pessoas.
NA IMPRENSA
«Apresentado como “o primeiro romance do Brexit”, O Coração de Inglaterrra relata a desintegração da sociedade britânica com todo o amor que o seu autor, Jonathan Coe, tem pelos seus compatriotas, mas sem deixar passar nenhum dos seus defeitos e paradoxos.» France Culture
«O Coração de Inglaterra é um romance hilariante, variado e bem-observado que deixa um sorriso nos leitores à medida que as páginas continuam a virar-se.» BookPage
«Milhões de palavras têm sido e serão escritas sobre o Brexit, mas poucas chegarão tão incisivamente ao cerne da razão pela qual está a acontecer.» The Irish Times
O AUTOR
Jonathan Coe nasceu em Birmingham, em 1961. É autor de variados romances e livros de não ficção, de que se destaca A Vida Privada de Maxwell Sim (nomeado para o International IMPAC Dublin Literary Award 2012), e vencedor de prémios como o John Llewellyn Rhys Prize 1995, Melhor Livro Estrangeiro de 1996, em França, o Writers’ Guild Best Fiction Award 1997, o Médicis Étranger 1998 e I Prémio Europeu dos Jovens Leitores. Em 2004, foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras de França.
O seu mais recente romance, O Coração de Inglaterra, agora publicado pela Porto Editora, encerra a trilogia «não oficial» de que também fazem parte O Rotters’ Club (2001) e O Círculo Fechado (2004).