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Casa da Achada celebra dez anos com exposições, edições, conversas e tudo

Seis dias de atividades assinalam a primeira década de atividade da Casa da Achada - Centro Mário Dionísio, em Lisboa.

A Casa da Achada - Centro Mário Dionísio_João Henriques


Para comemorar os seus dez anos de existência, a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio programou seis dias de atividades especiais, entre 26 de Setembro e 1 de Outubro, com exposições, edições, leituras, poesia, oficinas, cinema, música e debates sobre temas da atualidade (como os Coletes Amarelos) ou em torno da programação.

Aberta ao público em 29 de setembro de 2009, após mais de um ano de trabalhos que envolveram muita gente, entre fundadores e amigos próximos (Eduarda Dionísio, Cristina Reis, Regina Guimarães, Jorge Silva Melo, Luis Miguel Cintra, Rui Mário Gonçalves, Vítor Silva Tavares, Gabriela Dias e tantos outros), a Casa da Achada tem vindo a longo dos anos a desenvolver inúmeras atividades regulares, sempre com um programa que vai divulgando no seu site. E tudo isso a partir do espólio do escritor e pintor Mário Dionísio (1916-1993). Como escreveu Alexandra Lucas Coelho no PÚBLICO, em 2009, na reportagem da inauguração: “De uma herança privada fizeram uma herança pública. São ‘pessoas que gostam umas das outras, que têm ideias e vontade e memória, que sabem fazer coisas ou as aprendem a fazer’.”

Exposições, arquivos, um novo livro

O programa dos dez anos começa às 18h de dia 26, com a inauguração de uma exposição de pintura de Mário Dionísio a partir de um poema do seu livro Memória Dum Pintor Desconhecido (1965). Título: (Pintura Sem Assunto, Dirão os Visitantes). Em seguida, sob o título Mais Verde, Mais Azul, Mais Branco, Mais Vermelho, será lembrada uma leitura encenada de textos de Maria Dionísio feita em 1991, com Luis Miguel Cintra.

No mesmo dia, à noite (21h), outra exposição: Ser Fotógrafo e Não ter Máquina, Ter Máquinas e Não ser Fotógrafo, esta de máquinas fotográficas, seguida de conversa com Giuseppe Morandi, Paolo Barbaro, Claudia Cavatorta, Renato Roque e mais fotógrafos.

O dia seguinte, 27, é de apresentações: às 18h, serão mostradas as novas listagens com remissões do arquivo de Mário Dionísio, disponíveis a partir desse dia na Internet, como forma de melhor explorar o conteúdo do arquivo. Eduarda Dionísio, Natércia Coimbra, António Pedro Pita, Inês Sapeta e outros explicarão como. Mais tarde, às 21h, serão lançados num só volume os três livros de contos de Mário Dionísio: O Dia Cinzento e Outros Contos, Monólogo a Duas Vozes e A Morte é Para os Outros. A apresentação desta edição caberá a Paula Morão e a Saguenail, seguida da leitura de um conto do mesmo autor, Assobiando à vontade, “a várias vozes e em várias línguas”.

Música, cinema, Coletes Amarelos

Dias 28 e 29, haverá pela manhã oficinas à volta das palavras (11h) e, à tarde, conversas e encontros. Dia 28, intervenções sob o título Isto Anda Tudo Ligado (com Gianfranco Azzali, Gianni Tamino, Peter Kammerer e Luiz Rosas), “seguidas de microfone aberto” e, à noite, atuação do indo-italiano Jagjit Rai Metha, um livro (Non Vado Via, de Flora Rabitti) e um filme (Giuseppe Morandi da Piedena).

Dia 29, mais conversas (Associar o quê e para quê?, às 15h) e música: às 18h o Coro da Casa da Achada canta numa manifestação pela habitação, no Martim Moniz; e às 21h volta a casa para o espetáculo Cantar é Empurrar o Tempo ao Encontro das Cidades Futuras.

Dia 30 é a vez do cinema. Primeiro uma conversa, Filmar Sim, Mas Como e Para Quê? (com Giuseppe Morandi, Ian Menoyot, Juliette Achard, Peter Kammerer, Regina Guimarães, Saguenail, Sérgio Tréfaut e outros), e depois projecção de filmes: Cavallo Ciao, de Giuseppe Morandi; La Nebbia Prima Che Si Alzi, de A. Rossetti e M. Paladin; e Conheces Esta Terra?, de Peter Kammerer e H. G. Oxenius. No final, mais debate.

Para terminar as comemorações, no dia 1 de outubro haverá às 15h Memória de uma Kantata (projeção de um vídeo de Margarida Rodrigues sobre um projeto da Casa da Achada, de 2013) e Direis Que Não é Poesia, sessão em torno dos poemas de Mário Dionísio, com Margarida Guia (voz) e João Paulo Esteves da Silva (piano). À noite, às 21h, uma última conversa, desta vez em torno dos Coletes Amarelos em França.


por Nuno Pacheco in Público | 25 de setembro de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público

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