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Renascimento do Teatro Narciso Ferreira traz dinamismo e centralidade a Riba de Ave
A reabilitação física e cultural do Teatro Narciso Ferreira, em Riba de Ave, uma obra emblemática da freguesia que está atualmente em estado de ruína, é vista como um sinal de revitalização da própria vila.
“Vamos reerguer este edifício e vamos fazê-lo num contexto de rejuvenescimento de Riba de Ave”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, esta segunda-feira, durante a assinatura do auto de consignação, que marcou o arranque das obras de reabilitação do edifício.
Encerrado desde os anos 90, altura em que estalou a crise do sector têxtil que afetou o Vale do Ave, o Teatro Narciso Ferreira deverá voltar a abrir portas no final de 2020, através de um projeto de recuperação que chega aos 3,5 milhões de euros e cuja obra foi entregue à empresa Costeira – Engenharia e Construção, SA.
Com verbas aprovadas no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), assinado entre a autarquia e o Programa Operacional Norte 2020, o município tem garantido um cofinanciamento FEDER, no valor de 2,9 milhões de euros.
O lançamento desta obra é um “momento marcante para Riba de Ave. A vila vai ganhar uma nova valência e um conjunto de condições que lhe vai permitir ter uma atividade cultural. Riba d’Ave voltará a ter uma centralidade cultural, recreativa e lúdica. Voltará a ter condições para que as forças vivas desta comunidade ganhem um novo dinamismo e vitalidade”, assinalou Paulo Cunha.
Visivelmente emocionada, a presidente da Junta de Freguesia de Riba d’Ave, Susana Pereira, realçou que a recuperação do teatro “é um momento simbólico que traz uma nova esperança à freguesia”. A autarca que se recorda bem “das tardes de cinema e de teatro no edifício” salientou que se trata de “um equipamento único pela sua história e pelo fim a que se destina e ímpar pela sua obra”.
“Riba D’Ave perdeu as escolas, os CTT saíram da avenida. Têm acontecido coisas muito más e espero que com as obras do teatro, e a atividade que aqui se vai desenvolver, traga uma nova dinâmica”, salientou ainda Susana Pereira.
A requalificação do Teatro Narciso Ferreira, inaugurado em 1944 e batizado em honra do empresário têxtil responsável pela construção das fábricas mais importantes de Riba de Ave no século XX, é assim um investimento fundamental para o desenvolvimento sócio-económico da vila.
A requalificação, projetada pelo arquiteto Noé Dinis, “um filho da terra” vai preservar os traços exteriores, desenhados pelo arquiteto portuense Manuel Amoroso Lopes, mas remodelar todo o interior. “Trata-se de um belo exemplar da arquitetura modernista que importa manter”, referiu Noé Dinis, salientando que “a obra deverá homenagear a inovação e carater empreendedor de Narciso Ferreira e levar a bom porto o desígnio de desenvolvimento que Riba de Ave merece”.
O projeto foi elaborado em colaboração com ESMAE e com o arquiteto José Prata, nomeadamente no que respeita às áreas de Arquitetura de Cena e Acústica.
O Teatro Narciso Ferreira vai-se tornar num espaço multifacetado, preparado para espetáculos de teatro, de dança ou de música e para sessões de cinema e capaz de responder às necessidades da própria comunidade, mas também de albergar alguns espetáculos de âmbito mais profissional.
A sala de espetáculos apresentará uma tipologia contemporânea multifuncional, de cota única, contemplando uma bancada telescópica motorizada e um teto técnico integral praticável, características que lhe permitirão configurações cénicas variáveis, capazes de responder tanto a desafios criativos específicos quer a montagens mais tradicionais, e ainda a utilizações de carácter lúdico e de atividades do âmbito da formação e da vida comunitária. Reunirá ainda os requisitos técnicos necessários à realização de assembleias, reuniões magnas, atos públicos e sessões solenes; conferências, palestras e apresentações; dança; música de câmara e/ou solista - vocal e/ou instrumental; música moderna e contemporânea com componente eletroacústica dominante; Ópera e Teatro.