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Samuel Martins Coelho edita disco autobiográfico em outubro
Tudo começou com uma viagem, no final de agosto de 2018. Supostamente era apenas mais uma viagem de férias, mas os acontecimentos que se seguiram puseram em movimento um conjunto de forças e de energias, algo muito maior do que Samuel Martins Coelho, que estava, na altura, muito além do que era tangível.
Rapidamente percebeu que aquela viagem era, acima de tudo, interior. Uma viagem de descoberta, por vezes de confrontos, outras vezes de encontros. E assim se iniciou um novo ciclo criativo.
A ideia de gravar um disco para violino solo já várias vezes tinha surgido, mas o tempo nunca parecia o certo. Foi no violino que Samuel Martins Coelho fez grande parte da sua formação e com o violino iniciou a sua carreira como músico, na altura em orquestra. A fortíssima tradição histórica e cultural do violino, imprimia um forte respeito e uma certa cautela a esta ideia. Mas as ideias amadurecem e ganham forma, e o tempo certo para as concretizar sempre chega.
Numa residência artística realizada em dezembro na sua casa de campo em Santo Tirso, as ideias foram ganhando forma, as composições foram surgindo. A experiência da viagem realizada e toda a sucessão de acontecimentos interiores despoletados, começaram a materializar-se numa série de composições profundamente ligadas a um estado solitário de introspeção, de consciencialização de processos mentais de transformação, de desconstrução e de reorganização do ser. Samuel Martins Coelho percebeu que este seria um disco autobiográfico, cuja essência é o próprio pensamento.
Partita para violino solo é o seu contributo para a música contemporânea, para a escrita de música para violino, para as novas gerações de músicos violinistas. O disco é editado no dia 11 de outubro.
“Pensamento 1” é uma reflexão sobre o pensamento de Samuel Martins Coelho, sobre a forma como os seus pensamentos ganham vida e a dualidade se eles fazem parte da pessoa ou não, sobre arranjar mecanismos para os organizar na mente. O vídeo foi realizado por Gabriel Coelho.
SOBRE SAMUEL MARTINS COELHO (1980)
Tem feito um percurso de descoberta e constante reinvenção da sua linguagem musical. Com raízes na música clássica, Samuel Martins Coelho tem vindo a desenvolver uma linguagem muito própria, utilizando diversas fontes sonoras. O seu trabalho atravessa vários géneros e universos musicais, desde a música clássica à música conceptual, experimental e à improvisação.
A sua atividade artística desenvolve-se em vários projetos, tais como EL RUPE (trio de jazz fusion), colaborando também nos projetos Space Ensemble, Mods Colective, Escola do Rock de Coura, Estranhofone, Gnomon, Hot Air Baloon e Atic, tendo diversos discos editados.
Nos últimos anos tem colaborado como diretor musical, compositor e instrumentista com companhias de teatro como Teatro Experimental do Porto, Máquina Agradável, Teatro Bruto e Comédias do Minho.
Samuel Martins Coelho desenvolve atividades com comunidades e lidera intervenções musicais criativas, dirigidas a crianças e ao público em geral, colaborando com vários artistas da área da dança, do teatro e da performance. Em 2017 foi artista residente do AiR Programme, em Malta (Gozo), no âmbito do programa da Fondazzjoni Kreattivitá e Valletta 2018 (Capital Europeia da Cultura).
Já fez várias bandas sonoras para peças de teatro e música para cinema das quais se destaca a curta Tio Tomás, A Contabilidade dos Dias, de Regina Pessoa, premiada duplamente no Festival de Animação de Annecy 2019.
Estudou violino na Escola Profissional Artística do Vale do Ave e na Academia Nacional Superior de Orquestra (Lisboa). Participou no II Curso de Formação de Animadores Musicais do Serviço Educativo da Casa da Música, tendo colaborado como facilitador nos cursos posteriores. Também na Casa da Música realizou workshops de Soundpainting, Sons do Dia (Marc Ducret), General Skills in the Class Room (Sam Mason, Tim Steiner) e o seminário de Gamelão (Andy Canning).