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Palácio Nacional de Sintra apresenta Leito de Aparato do século XVII, peça única em Portugal
A cama, elaborada em pau-preto de Moçambique e com decoração rica em prata lavrada, é de produção nacional, tendo sido adquirida pela Parques de Sintra em dezembro de 2016, pelo valor de 360.000 Euros, e sujeita a trabalhos de conservação e restauro, entre 2017 e 2019.
O Leito de Aparato do século XVII, que agora integra a coleção do Palácio Nacional de Sintra, é uma peça rara, que pertenceu à Casa Ducal de Cadaval e que reflete o elevado estatuto social e económico dos seus proprietários. Segundo a documentação histórica, este tipo de cama não se destinava ao uso quotidiano, sendo uma peça de valor simbólico e de ostentação, patente, nomeadamente, nos materiais que a constituem. O seu uso pelas famílias reais e pela elite nobiliárquica estava associado a momentos marcantes na continuidade da dinastia ou linhagem: casamento (fortalecimento da casa), nascimento (sucessão legítima da casa) e morte (perpetuação da memória).
A nível mundial, apenas se conhece um exemplar semelhante em Espanha. Trata-se de uma cama pertencente à Basílica de Santa Maria de Elche, em Alicante, à qual foi legada em 1753, pelo 7º Duque de Aveiro. Este outro leito é igualmente de produção nacional e é quase idêntico ao que agora pode ser visto no Palácio Nacional de Sintra.
A incorporação deste Leito de Aparato no circuito expositivo deste monumento nacional oferece ao público a possibilidade de conhecer uma peça rara, única no país. Constituindo um notável representante da excecionalidade das artes decorativas portuguesas, há muito estava referenciado por especialistas da área como devendo integrar o universo museológico nacional.