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Folhado de Loulé continua na corrida para ser uma das “7 Maravilhas Doces de Portugal ®”
Já é possível votar no Folhado de Loulé para que, aquele que é um dos mais identitários doces do Concelho de Loulé, tenha uma participação na grande final das 7 Maravilhas Doces de Portugal®.
A votação irá decorrer até 16 de agosto, data do programa realizado no distrito de Faro. As várias etapas do apuramento por distrito poderão ser acompanhadas em direto através da RTP1.
O Folhado de Loulé foi analisado por um painel de especialistas que selecionou os primeiros 21 candidatos por distrito e, numa fase posterior, os 7 finalistas por distrito.
Nesta fase a escolha do público é determinante e é feita através de votação telefónica. Cada chamada tem um custo de 0,60€ + IVA, podendo votar-se as vezes que se quiser.
Para votar no Folhado de Loulé o telefone é o 760 107 138.
A Câmara Municipal de Loulé é a responsável pela candidatura do Folhado de Loulé às 7 Maravilhas Doces de Portugal®.
Esta é uma oportunidade para tornar esta iguaria num dos mais conceituados doces do país e, simultaneamente, projetar a gastronomia, neste caso particular a doçaria do Concelho de Loulé, enquanto vertente importante da atividade turística local.
História do Folhado de Loulé
O Folhado de Loulé surgiu nas primeiras décadas do século XX, fruto de encontros e desencontros de jovens raparigas que trabalhavam em casas das famílias economicamente favorecidas, que adquiriam conhecimentos de culinária, às vezes no Algarve, outras vezes no Alentejo, ou em outras regiões do país.
Duas mulheres foram fundamentais para a história do folhado de Loulé: Lídia da Costa Guerreiro Lopes e Maria Pires. Maria, que foi trabalhar para casa de Lídia Lopes, terá herdado da mãe o prazer da cozinha e terá aprendido a arte de fazer folhados algures na Figueira da Foz, próximo de Coimbra.
Foi na grande bancada forrada de chapa de latão da cozinha da casa de Lídia que Maria experimentou a sua especialidade, estendeu a massa, dobrou-a e recheou-a, criando a mística à volta dos seus folhados, de sabor único, trabalhados com a calma e a austeridade do rigor laboratorial da boa doçaria. Quando o marido de Lídia, o médico Bernardo Lopes, decidiu abdicar do trabalho de Maria, esta não desistiu e com a ajuda das irmãs continuou a preparar os seus folhados em casa, e a cozê-los no forno da “Zefita”, onde entravam pelas traseiras da Avenida José da Costa Mealha, ao longo da madrugada para que, de manhã, fossem vendidos pelas irmãs, ainda quentes, e com um odor aconchegante a cozinha familiar, nos principais cafés da vila de Loulé: o Calcinha, o Barreiros, o Avis, o Avenida, o Vitória, o Faz-Tudo e a Franca.
As irmãs, muitas vezes coadjuvadas pelos filhos, desciam a Avenida, carregando tabuleiros tapados com panos alvos, e toda a gente sabia quando passavam. À tarde, voltava-se à mesma labuta, ao mesmo circuito. E a hora do chá, acompanhada com um folhado, fazia parte do quotidiano do contexto urbano da vila, numa dinâmica comercial, económica e financeira que ficou na memória de muitos louletanos.
O Folhado de Loulé foi uma aventura que começou mesmo no coração de Loulé mas que pretende agora estender-se a todo o país.