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Museu de Lamego continua a viajar pelo mundo
Em junho, uma escultura de São Francisco Xavier e a obra “Ásia de João de Barros - Dos Feitos que os Portugueses Fizeram no Descobrimento e Conquista dos Mares e Terras do Oriente” evocam os 500 anos da viagem da circum-navegação.
Em “12 Meses 12 Peças” e “12 Meses 12 Livros” o Museu de Lamego tem percorrido o mundo desde início de 2019, procurando conexões que evocam o imaginário das viagens.
Francisco Xavier, “o apóstolo do Oriente”, encetará a aventura da evangelização das Índias Orientais por solicitação de D. João III, em 1541, ao integrar o Padroado Real da Coroa Portuguesa. Foi o primeiro a aportar no Japão em agosto de 1549, depois da passagem pela Índia, Ceilão, Malaca e Molucas. Morreu em Sanchoão, China, a 3 de dezembro de 1552. Foi canonizado pelo papa Gregório XV juntamente com Inácio de Loyola a 12 de março de 1622.
O seu culto teve larga adesão ao longo da época moderna. Muitas igrejas, confrarias e retábulos são-lhe dedicados, sendo profusamente divulgado na imaginária.
A escultura de São Francisco Xavier em destaque em junho integra a capela relicário de São João Evangelista do Museu de Lamego, originalmente inserida no claustro maior do extinto Convento das Chagas de Lamego, cuja parte do seu espólio viria a ser trasladado para o museu por ação do seu primeiro diretor João Amaral, convidando a uma paragem no percurso museológico, num convite à reflexão e ao diálogo.
Também por terras do Oriente andou João de Barros, historiador, escritor e alto funcionário no reinado de D. João III. Detentor de uma formação humanista e de vasta erudição ocupou a função de feitor da Casa da Índia durante cerca de trinta e cinco anos, o que lhe permitiu aceder a informação política, militar e relatos, que auxiliaram na elaboração da obra “Ásia de João de Barros - Dos Feitos que os Portugueses Fizeram no Descobrimento e Conquista dos Mares e Terras do Oriente”.
Em destaque no mês de junho, a obra começa por analisar a conquista islâmica da Península Ibérica, a reconquista, a expansão e os descobrimentos da costa de África. Em seguida analisa o reinado de D. João II e a procura do caminho para a Índia, onde refere o contributo de dois judeus, entre os quais “Josepe, sapateiro de Lamego”. Apresenta ainda a ação governativa dos vice-reis da Índia, descreve povos, costumes, batalhas, povoações, portos, ilhas e países e apresenta ainda a viagem de Fernão de Magalhães.
A edição da biblioteca do Museu de Lamego é uma publicação da Agência Geral das Colónias, de 1945-1946, com anotações de Hernâni Cidade e de Manuel Núrias e pretendeu divulgar um dos livros mais importantes para o estudo dos Descobrimentos Portugueses.
Uma vez por mês, o museu dedica um olhar mais atento a um objeto da sua coleção e a um livro da sua biblioteca. Textos completos disponíveis em www.museudelamego.gov.pt.