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Uma viagem às proibições do passado

Licença do Estado para usar um isqueiro? Proibição de casar com uma enfermeira? Obrigatoriedade de usar véu numa igreja?  Multas por dar beijos à cara-metade em público? Parece mentira, mas estas leis já vigoraram em Portugal, há menos anos do que julga.


O jornalista e escritor António Costa Santos reuniu algumas das proibições do passado em Portugal e apresenta-as na nova edição do seu livro Era Proibido. O livro é o sexto da coleção Livros CMTV.

A maioria já não tem memória de tal coisa, mas muitos dos nossos hábitos diários já foram proibidos. Usar isqueiro sem licença estatal, beber Coca-Cola, pedir o divórcio, jogar às cartas nos comboios e até dar um beijo na boca em público já foram atividades proibidas. Quem o relembra é António Costa Santos, jornalista, guionista e escritor, que reuniu no livro Era Proibido algumas das proibições do «tempo da outra senhora» que já foram impostas aos portugueses.

Mas que punições tinham os prevaricadores? O beijo na boca, por exemplo, era qualificado como um ato exibicionista atentatório da moral. Levado para a esquadra, ou para o posto da GNR, o delinquente beijoqueiro era autuado em pelo menos 57 escudos, e passava invariavelmente pela cadeira do agente-barbeiro, de onde saía de cabeça rapada, máquina zero.

Talvez o prazer de roubar um beijo à mulher amada justificasse uma dieta na carteira e um corte novo, não? Quem tivesse uma carteira recheada e não quisesse arriscar, poderia ao menos dar as mãos, sujeitando-se apenas a uma multa de 2,50 escudos.

O mais certo é que se fizéssemos uma viagem ao passado, até mesmo este livro seria proibido. Sim, porque muitos discos e livros já foram proibidos, e a julgar pela deliciosa ironia utlizada para descrever as leis daquele «tempo estranho», este Era Proibido não chegaria às livrarias.

Hoje, pelo contrário, este é um livro obrigatório. Ideal para todos os curiosos e, quem sabe, apaixonados pela história dos costumes, pela liberdade que a democracia nos dá. Ainda que de uma forma descomplexada e bem-humorada, o autor descreve factos, leis e costumes, com base em documentos históricos para retratar um país muito diferente daquele em que vivemos agora.

Era Proibido é muito mais do que um livro, é uma viagem e um exercício para a imaginação dos leitores. Esta é a sexta obra da coleção Livros CMTV*, resultante da parceria entre a Cofina e a Guerra e Paz, Editores. Pode adquiri-lo no site oficial da Guerra e Paz.

Sinopse 
Já imaginou viver num país onde:
- Tem de possuir uma licença do Estado para usar um isqueiro?
- Uma mulher, para viajar, precisa de autorização escrita do marido?
- As enfermeiras estão proibidas de casar?
- As saias das raparigas são medidas à entrada da escola, pois não se podem ver os joelhos?
- Não pode ler o que lhe apetece, ouvir a música que quer, ou até dormitar num banco de jardim? 

Já nos esquecemos, mas, há relativamente poucos anos, tudo isto era proibido em Portugal. Tudo isto e muito mais, como dar um beijo na boca em público, um acto exibicionista atentatório da moral, punido com coima e cabeça rapada. E para os namorados que, num banco de jardim, não tivessem as mãozinhas onde deviam. 

 Biografia do Autor

António Costa Santos (Lisboa, 1957) é jornalista desde 1976 e colabora atualmente com a Antena 2. Trabalhou, entre outros, nos semanários Se7e, do qual foi chefe de redação, e Expresso, onde assinou durante cinco anos uma crónica sobre questões da vida quotidiana, «Estado de Sítio». É autor de guiões para cinema e televisão e de vários livros, entre os quais Porto vs. Lisboa – Uma Batalha Campal em Livro (em coautoria com António Eça de Queiroz), Herman – O Verdadeiro Artista, Diário de Um Gajo Divorciado em Tempos de Crise, O Novo Livro das Inutilidades e 10 Razões Para Amar e Odiar Portugal, editados pela Guerra e Paz. Tem quatro filhos, aos quais proibiu algumas coisas ao longo da vida, como bater nos mais fracos, faltar às aulas para ir jogar matraquilhos, deixar os discos fora das caixas, denunciar um colega ou pregar mentiras, com exceção das piedosas e em legítima defesa. 

Era Proibido
Não Ficção / História de Portugal
216 páginas · 15x23 · 13,00€
Guerra e Paz, Editores/ Livros CMTV

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