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A nova série de Spielberg só poderá ser vista à noite e em telemóveis

Spielberg’s After Dark deve chegar em 2020 no novo serviço Quibi, uma plataforma digital para smartphones com um público-alvo claro: os millennials.

[Foto: Reuters]

Steven Spielberg, inventor de um certo modo de fazer e consumir cinema e detrator da presença de plataformas de streaming como a Amazon ou Netflix nos Óscares, está a escrever uma mini-série de terror para um novo serviço digital – apenas para telemóveis. O Quibi, do seu amigo e antigo sócio Jeffrey Katzenberg, vai contar com Spielberg’s After Dark já em 2020. Um detalhe: a série só poderá ser vista à noite.

Com tantos serviços de streaming a operar ou em vias de lançamento (a Apple TV+ ou a Disney+ são apenas uma amostra do que se passa no determinante mercado americano, com o Q Play a ser o mais recente exemplo português), o Quibi de Jeffrey Katzenberg (sócio de Spielberg na produtora DreamWorks) quer distinguir-se como uma “incubadora” para programas e séries de curta duração, como escreve a revista Variety. E também, como destaca a revista Hollywood Reporter, quer ser o único serviço premium do género na liga muito mais limitada dos smartphones.

O nome de Spielberg chama a atenção, mas não é um exclusivo do Quibi – o realizador de Tubarão ou dos filmes de Indiana Jones está também a desenvolver uma série-antologia, Amazing Stories, para a Apple TV+. O que parece poder tornar-se um chamariz é a forma original como Spielberg’s After Dark (título provisório) terá de ser consumida: em smartphones e, graças a um recurso técnico sincronizado com o relógio dos telefones, apenas entre o pôr e o nascer do Sol.

Foi um pedido do próprio Spielberg que, segundo contou Katzenberg no domingo no Banff World Media Festival (Canadá), o abordou inicialmente dizendo: “Tenho uma história superassustadora, mas só quero que as pessoas a vejam à noite”. Katzenberg acrescentou, ainda citando Spielberg, que o realizador descreveu o projeto como “uma ideia arrepiante”. Já estão escritos cinco ou seis episódios, de um total de dez ou 12.

A aplicação do futuro Quibi (que agrega as primeiras letras de “quick bite”, qualquer coisa como “dose curta” ou “dentada rápida”) mostrará esse relógio especial no período em que for possível ver as histórias de Steven Spielberg. Tal como as outras do seu catálogo – quer ter um elenco de autores importantes a produzir originais para a plataforma –, as histórias (séries ou filmes) serão contadas em segmentos curtos de sete a dez minutos de duração.

Já estão a trabalhar para o Quibi realizadores e actores como Steven Soderbergh, Guillermo del Toro, Antoine Fuqua ou Laurence Fishburne. O seu público-alvo não é fechado, mas é focado: “Os capítulos ou atos têm sete a dez minutos de duração. São especificamente filmados para serem vistos de forma volante. Se se tiver entre 25 e 35 anos, a pessoa levanta-se e está [no telefone] por mais de cinco horas”, disse Katzenberg, citado pela Variety. Ou seja, aponta aos “millennials” (pessoas nascidas entre 1981 e 1996).

O Quibi será lançado a 6 de abril de 2020 nos EUA e no Canadá e depois prevê chegar a outros mercados de língua inglesa antes de se expandir mundo fora. A empresa foi fundada por Katzenberg e pela antiga presidente da empresa tecnológica HP Meg Whitman.

Steven Spielberg é provavelmente o mais célebre realizador vivo e se, por um lado, está a trabalhar no novo West Side Story, por outro tem vindo a questionar a presença de filmes produzidos para as plataformas de streaming nas nomeações para os Óscares – a estreia em sala é o fator que considera que diferencia os estúdios e produtoras clássicas das novas plataformas digitais, que tendem a reservar a experiência cinematográfica para o ambiente doméstico. Isso não o impede de continuar a trabalhar nessas plataformas, nem de regressar à televisão, para a qual produziu Irmãos de Armas, The Pacific ou Falling Skies e realizou a versão original de Amazing Stories (1985).


por Joana Amaral Cardoso, in Público | 11 de Junho de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público
 
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