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Cascais mostra fotografias icónicas do século XX e gravura de Paula Rego

Exposição Instantes Decisivos, com imagens de Doisneau, Capa ou Henri Cartier-Bresson, abriu a nova programação da Fundação Luís I, em Cascais, que incluirá até outubro uma mostra de gravura de Paula Rego, uma residência literária com Michael Cunningham e uma retrospetiva do cineasta Walter Hill.


A exposição de fotografias icónicas do século XX que a Fundação D. Luís I inaugurou esta quinta-feira no Centro Cultural de Cascais (CCC), com trabalhos de Man Ray, Robert Doisneau, Robert Capa ou Henri Cartier-Bresson, abre uma programação que, até Outubro, incluirá ainda, entre outras iniciativas, uma exposição de gravura de Paula Rego e uma residência literária do ficcionista norte-americano Michael Cunningham, autor de As Horas (1998).

Um dos principais momentos da programação cultural para os próximos meses, apresentada quinta-feira pelo presidente da Fundação Dom Luís I, Salvato Telles de Menezes, é justamente a exposição Instantes Decisivos, que até 14 de Julho irá dar a ver algumas das mais célebres fotografais do século XX, como O violino de Ingres, de Man Ray, O beijo do Hotel de Ville e Os pães de Picasso, de Robert Doisneau, ou O soldado caído [na guerra civil espanhola], de Robert Capa.

Partindo do acervo do colecionador espanhol Julián Castilla, Instantes Decisivos traça o percurso da fotografia, das vanguardas do século XX até aos dias de hoje, através de imagens que ficaram para a História. Uma escolha que, observa a comissária da exposição, María Toral, pode englobar uma fotografia tão pessoal como a que Robert Capa captou de Pablo Picasso, mostrando o “momento único” em que o pintor, “com uma sombrinha, protege do Sol a sua companheira da altura, Françoise Gillot”. 

A seleção inclui trabalhos muito diversos, como as imagens de linhas de comboios de Alfred Stieglitz, os instantâneos de pessoas nas ruas de Cartier-Bresson ou testemunhos de momentos históricos, como os fixados pelos também cineastas Carlos Saura ou William Klein. Entre as cerca de 80 fotografias da exposição, outro núcleo importante é o dos retratos: a par de uma famosa foto de Che Guevara pela lente de Alberto Korda, pode ver-se James Dean caminhando numa rua chuvosa, de gabardine e cigarro na boca, tal como foi captado por Dennis Stock, ou ainda Audrey Hepburn numa imagem do fotógrafo inglês Terry O'Neill.

Outro destaque da programação é a residência literária de Michael Cunningham, entre Maio e Junho, durante a qual o autor participará em jantares quinzenais com convidados, no festival literário Literatura em Viagem (LeV), em Matosinhos, e numa “masterclass” aberta ao público e a estudantes de escrita de ficção. Cunningham, cujo mais recente romance é A Rainha da Neve (2014), já editado em Portugal pela Gradiva, venceu o prémio Pulitzer pelo livro As Horas, adaptado ao cinema num filme de Stephen Daldry interpretado por Meryl Streep, Nicole Kidman e Julianne Moore.

Os programadores anunciaram ainda as futuras residências literárias, que contarão com a presença do escritor inglês Jonathan Coe, de Outubro a Dezembro, do espanhol Javier Cercas, entre Abril e Junho de 2020, e do cabo-verdiano Germano Almeida, de Outubro a Dezembro do próximo ano.

Já no dia 11 de julho, inaugura-se uma exposição de gravura de Paula Rego na Casa das Histórias, que ficará patente até 17 de novembro e incluirá desenhos, chapas de zinco e gravuras, num total de 182 peças, nas quais se incluem doações da artista, através do filho Nick Willing. Esta mostra gráfica, intitulada Paula Rego: Looking in, com curadoria de Catarina Alfaro, completa a coleção de obras da artista pertencente à Câmara Municipal de Cascais, através da Casa das Histórias, que entretanto prolongou até 23 de junho a exposição Paula Rego: Anos 80, devido à elevada afluência de público.

O Centro Cultural de Cascais recebe a partir de 5 de julho, e até 12 de outubro, uma exposição do trabalho do ilustrador e fotógrafo de moda Antonio Lopez, cujos trabalhos se tornaram conhecidos pela subversão da linguagem visual, que inclui um documentário sobre o seu processo criativo.

Ainda no mesmo mês, abre ao público uma exposição do artista japonês Yamamoto Sohei, que se estreia em solo português com uma obra pictórica que testemunha a vida quotidiana como forma de riqueza, e que se intitula Portugal: Poesia Sem Números.

No que respeita a espetáculos musicais, o Cascais MPQ, anterior Moscow Piano Quartet, apresenta em junho, também no CCC, cinco programas que percorrem obras do reportório clássico e romântico, ao passo que a Nova Ópera de Lisboa interpreta Dido & Aeneas, em julho, no Auditório do Casino do Estoril.

Em setembro chega o cinema, com um ciclo de homenagem a Walter Hill, no auditório do CC, que exibirá O Lutador da Rua (Hard Times, 1975), a sua primeira longa-metragem, e ainda filmes como Os Selvagens da Noite (The Warriors, 1979), O Bando de Jesse James (The Long Riders, 1980), Estrada de Fogo (Streets of Fire, 1984), Inferno Vermelho (Red Heat, 1988) e Wild Bill(1995).

No Dia Internacional dos Museus, a 18 de maio, haverá várias iniciativas a decorrer no Bairro dos Museus, entre exposições, visitas orientadas, sessões de teatro, música ou leitura de contos. E de 25 de maio a 23 de junho, o paredão do Passeio Marítimo do Estoril vai acolher Fronteiras Líquidas, um conjunto de obras de arte que abordarão o ambiente e os limites entre o mar e a terra, da autora de quatro escultores convidados: Carlos No, Carlos Menino, Cecília Costa e Teresa Braula Reis.

A programação agora anunciada inclui ainda uma exposição da artista plástica espanhola Rosa Rubio, intitulada Praxis, que se inaugurará em setembro e que parte do termo grego para pensar os sete pecados mortais, através de um trabalho interdisciplinar que engloba pintura, grafite, gesso, cerâmica, sal e instalação de vídeo.


por Lusa e Público | 9 de maio de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público 

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