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"Uma Pedra sobre a Boca": a poesia intensa, radical, de João Moita

Intensa, até na sua escassez, a poesia de Uma Pedra sobre a Boca amplifica a voz radicalde João Moita, saudada e reconhecida por outros poetas, como o português João Tolentino Mendonça e o espanhol Antonio Gamoneda.


«A poética de João Moita expõe a penúria, a falha, a lacuna, a abstinência, a renúncia, a fractura, a fraqueza, o vazio, o despojamento, o silêncio.» Talvez bastassem estas palavras do poeta José Tolentino Mendonça, sobre Fome de João Moita, para descrever o talento deste jovem autor português. Talento uma vez mais impresso em Uma Pedra Sobre a Boca, o mais recente livro do autor, natural de Alpiarça.

Mas mais do que intensa, a poesia de João Moita, como este livro o prova, é também radical, física, visceral, de um indelével erotismo.

Este é o quarto livro do poeta, que afirmou um dia: «Não escrevia para não roubar tempo à leitura: aprendia a humildade. Agora escrevo, aprendo a humilhar-me.» A obra sucede a O Vento Soprando como Sangue (2009), Miasmas (2010) e Fome (2015).

João Moita, além de poeta e autor, é também tradutor, tendo feito um trabalho de excelência nas edições Guerra e Paz dos títulos: Três Filhas de Sua Mãe, de Pierre-Félix Louÿs; Lord Jim, de Joseph Conrad; Canto de Mim Mesmo, incluído no livro Saudação a Walt Whitman//Canto de Mim Mesmo, de Álvaro de Campos e Walt Whitman.

Uma Pedra Sobre a Boca chega às livrarias de todo o país na próxima terça-feira, dia 7 de maio. O livro poderá ainda ser adquirido através do site da Guerra e Paz, Editores.

Sinopse
Uma poesia intensa até na sua escassez. De um dos seus livros, Fome — cujos poemas, retrabalhados, integram esta edição — , disse José Tolentino Mendonça: «A poética de João Moita expõe a penúria, a falha, a lacuna, a abstinência, a renúncia, a fractura, a fraqueza, o vazio, o despojamento, o silêncio…» E tendo Tolentino toda a razão, a poesia de João Moita, como este livro o prova, não deixa de ser visceral, física e de um erotismo que a concisão verbal não esconde.

Privo-me,
vivo por inteiro a minha vida
mitigada pela fome.
Quando vieres,
a minha fraqueza será sinal
para o teu reconhecimento,
e o meu silêncio,
um céu para a debandada
dos teus ventos. 

Biografia do Autor

João Moita nasceu em Alpiarça, em 1984. Publicou O Vento Soprado como Sangue (Cosmorama Edições, 2009), Miasmas (Cosmorama Edições, 2010) e Fome (Enfermaria 6, 2015, 1.ª ed., e 2017, 2.ª ed. revista e aumentada). Traduziu, entre outros, Antonio Gamoneda, Saint-John Perse, Arthur Rimbaud e Pierre-Félix Louÿs.

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