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"O Primeiro Homem" agora em novela gráfica

Jacques Ferrandez preenche com imagens o texto que Albert Camus deixou em aberto.


Publicada pela primeira vez mais de trinta anos depois da morte de Albert Camus, O Primeiro Homem rapidamente se tornou um bestseller mundial, sendo considerada a mais autobiográfica obra do autor. A 24 de abril, a Porto Editora publica a adaptação a banda desenhada deste romance marcante da literatura francesa pela mão de Jacques Ferrandez. Na sua origem fragmentado e inacabado, o manuscrito de Camus ganha uma nova leitura através das imagens de Ferrandez, que preenchem com delicadeza espaços que haviam ficado vazios.  

No prefácio a esta edição, Alice Kaplan – professora doutorada em Literatura Francesa – defende que neste livro se sente o dom da improvisação, aliado à fidelidade ao romance: «Para Jacques Ferrandez, o grande desafio era transmitir o essencial da obra, preservando as suas zonas de mistério.»  

Na Porto Editora estão já publicadas outras novelas gráficas, adaptadas a partir de livros famosos: O Diário de Anne Frank, A Viagem do Elefante, de José Saramago e O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway.  

SOBRE O LIVRO
O Primeiro Homem 

A adaptação gráfica do manuscrito inacabado de Camus conta a história de Jacques Cormery, um menino que teve uma vida semelhante à de Camus. Esta edição impressionante convoca o panorama, os sons e as texturas de uma infância circunscrita pela pobreza e pela morte de um pai, mas redimida pela beleza austera de Argel, pelo amor que Jacques tem à mãe e à avó, e por um professor que transformará a sua visão do mundo.

SOBRE O AUTOR
Jacques Ferrandez 

Nasceu em 1955 em Argel. Depois de ter frequentado a Escola de Artes Decorativas de Nice, vira-se para a ilustração e banda desenhada. Em 1987 inicia Carnets d’Orient, um fresco sobre a história da presença francesa na Argélia, obra que acabará 20 anos mais tarde. Especialista incontestado na questão algeriana, adapta, em 2009, a novela O Hóspede, de Camus. Os seus livros são objeto de inúmeras exposições, nomeadamente em França e na Argélia. Em 2012, e para a obra Carnets d’Orient, recebeu o prémio especial do júri Historia 2012. 

ALBERT CAMUS 
Nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Licenciado em Filosofia, participou na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat. Em 1957 foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século XX. Dos seus títulos ensaísticos destacam-se O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951); na ficção, são incontornáveis O Estrangeiro (1942), A Peste (1947) e A Queda (1956). A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de O Primeiro Homem, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994. 
Em Portugal, a sua obra tem vindo a ser publicada pela Livros do Brasil (Grupo Porto Editora).


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