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Documentos dos afetos de Ernesto de Sousa revelados em exposição em Lisboa

Ernesto de Sousa e Almada Negreiros filmados por Manuel Costa e Silva em 1969 DR Exposição vai ficar patente na Galeria Diferença até 11 de maio DR


Ernesto de Sousa: Keep in Touch é inaugurada este sábado na Galeria Diferença. Reúne envelopes desenhados, fotografias e vários objetos, parte do vasto acervo guardado por Isabel Alves, companheira do artista que foi o mentor da Alternativa Zero.

Documentos do acervo pessoal de Ernesto de Sousa (1921-1988), como desenhos e envelopes de correspondência mantida com amigos artistas, vão ser revelados na exposição Keep in Touch, que é inaugurada este sábado na Galeria Diferença, em Lisboa.

Além dos envelopes desenhados, fotografias e alguns objetos, também foram incluídas no conjunto cerca de cem peças, parte do vasto acervo guardado por Isabel Alves, companheira de Ernesto de Sousa.


Ernesto de Sousa, o operador estético

Artista pioneiro do experimentalismo intermedia em Portugal, Ernesto de Sousa foi mentor da Alternativa Zero, uma exposição realizada em 1977, em Lisboa, que marcou a história da arte no país. Muitos dos artistas que nela participaram tornaram-se nomes consagrados, como foi o caso de Helena Almeida, Julião Sarmento, Ângelo de Sousa, Noronha da Costa e Fernando Calhau, entre outros.

Isabel Alves disse à agência Lusa que convidou os artistas Ricardo Valentim e Pedro Barateiro a mergulhar num acervo com centenas de documentos, que detém em casa, dos quais fizeram uma seleção. Os documentos revelam uma intensa rede de ligações do casal a pessoas da cena cultural portuguesa e de outros países, permitindo “desvendar as maravilhas dos sinais de afetos” daquela época.

Ernesto de Sousa, personalidade criativa com interesses transdisciplinares, deixou uma vasta obra nas áreas da fotografia e do cinema, mas fez também crítica de arte, dedicou-se à historiografia e à intervenção intermedia.

Estudou cinema em Paris, entrou em divergência com o movimento surrealista em Portugal e colaborou com jornais e revistas como a Seara Nova, Horizonte, Vértice, Mundo Literário e Colóquio Artes.

É tido como fundador do primeiro cineclube em Portugal, o Círculo de Cinema, em 1946, onde a polícia política da ditadura do Estado Novo o deteve, assim como à restante direção, naquela que foi a primeira de quatro prisões do artista por motivos político-culturais.

No cinema, realizou, entre outros, o filme Dom Roberto, que chegou a ser premiado no Festival Internacional de Cannes, em 1963.

A exposição Ernesto de Sousa: Keep in Touch vai estar aberta ao público de 9 de abril a 11 de maio, na Galeria Diferença, em Lisboa.


por Lusa e Público | 4 de abril de 2019
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público 

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