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"O que contam as estátuas" - Residência Artística
A Companhia Persona foi desafiada pelo Museu de Santa Maria de Lamas para a criação de um projeto artístico dentro das suas portas.
Com ênfase na estátua de Henrique Amorim, fundador do Museu, os artistas pretendem que a comunidade, à qual apresentarão o projeto no dia 20 de fevereiro, se envolva no espetáculo que se encontra em devida preparação, e cuja dinâmica interpretativa visa o cruzamento de linguagens artísticas.
“O que contam as estátuas?” pergunta a Companhia Persona no seu mais recente projeto com base no Museu de Santa Maria de Lamas. Na sequência da curadoria artística desenvolvida pela Companhia na última edição do festival “Basqueiral”, o Museu convidou e lançou o repto aos artistas para desenvolverem um projeto de criação na “sua casa”. Disponibilizando para esse efeito o legado histórico-existencial e o próprio acervo do Museu; bem como, apoio logístico e envolvimento da sua equipa técnica.
O projeto “gira” em torno de Henrique Amorim (1902-1977), fundador do Museu, benemérito e filantropo da freguesia de St.ª M.ª de Lamas, e da sua estátua, da autoria de Henrique Moreira (1890-1979) e integrada no Parque de Santa Maria de Lamas desde 25 de maio de 1972. “Todas as cidades, vilas e aldeias têm uma memória, por vezes guardada no interior de museus; outras pelas ruas e praças povoadas de estátuas. A nossa proposta é dar-lhes vida e uma voz, através da criação de um formato de espetáculo para circulação nacional e internacional”, diz a Companhia Persona.
A performance pretende envolver a comunidade e, nesse sentido, no próximo dia 20 de fevereiro (data que marca, inclusive, mais um aniversário de falecimento do próprio Henrique Amorim), haverá no Museu de Lamas uma sessão aberta de apresentação do projeto. Essa mesma sessão terá o seu início pelas 21h30, e no seu decurso o público obterá respostas às seguintes questões: “De que forma pode a comunidade participar no espetáculo? Onde e como fazer chegar testemunhos, registos e memórias sobre Henrique Amorim? Como podem as coletividades, escolas, cidadãos e artistas envolver-se nesta criação?”.
O projeto tem direção artística de Lígia Lebreiro e Simão Valinho e conta com a colaboração dos músicos Pedro Piaf, Jorge da Rocha e coreografia de Helena Oliveira. Cruza diversas linguagens artísticas – videomapping, música, teatro e dança contemporânea – e será desenhado para apresentação no espaço público urbano ou na sua versão “dentro de portas”, para museus, igrejas ou outros espaços patrimoniais. A criação tem estreia prevista para o dia 13 de Abril de 2019, ano no qual se assinalam os 60 anos (1959-2019) da doação de Henrique Amorim deste espaço museológico e espólio constituinte à Casa do Povo de Santa Maria de Lamas.
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