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A prosa intemporal de Júlio Dinis

Intimista, contida e eterna. A bela prosa de Júlio Dinis, reeditada pela Guerra e Paz, Editores. Eis a hora de reler Uma Família Inglesa, um dos grandes clássicos da literatura portuguesa.


Do século XIX, chega-nos Uma Família Inglesa, uma pérola romanesca da nossa literatura escrita em 1867 por Júlio Dinis, um escritor tantas vezes rejeitado pela sua prosa contida e intimista, confundida com leituras cor-de-rosa.   

Uma obra inovadora, na qual o autor contrariou a tendência veloz e mirabolante dos escritores da época, apostando na análise psicológica das personagens. Uma nova pena que antecedeu o realismo de Eça de Queiroz e que levou Camilo Castelo Branco a pôr em causa a atualidade da sua escrita. O vulto da literatura portuguesa afirmou, depois de ler Júlio Dinis: «Aquilo é rebate de entroixar eu a minha papelada e desempeçar a estrada à nova geração.»

Mas o que nos quis contar Júlio Dinis? Uma história tão real e contemporânea quanto possível, na qual as diferenças sociais irão desafiar dois jovens enamorados. Com a cidade do Porto como cenário, a recatada Cecília Quintino, filha de um guarda-livros, e o boémio Carlos Whitestone, filho de um comerciante inglês, terão de enfrentar a coscuvilhice, a intriga e o medo para terminarem juntos.

A atualidade deste romance e a urgência dos temas despertam em pleno 2019 a vontade de reler este grande clássico.

Nesta nova edição, a Guerra e Paz, Editores apresenta-lhe uma análise introdutória da obra de Júlio Dinis, descrições das personagens e da época, assim como reflexões do autor sobre a arte da escrita. 

Um regresso à coleção Clássicos Guerra e Paz, na qual a editora apresenta escolhas gráficas arrojadas e uma seleção de obras imprescindíveis para os amantes de literatura universal.

Sinopse 

Num baile, Carlos Whitestone conhece uma misteriosa rapariga mascarada de dominó. O boémio inglês enamora-se. Quem seria? É Cecília Quintino, filha de um guarda-livros. Também ela se enamorou. Mas os problemas surgem. Será possível ultrapassar as diferenças sociais? E a vida estouvada de Carlos? Conseguirá ele regenerar-se e mostrar-se digno do amor de Cecília? Importa relembrar: a obra de Júlio Dinis é admirável – prosa inovadora, intimista e delicada; personagens marcantes. Camilo disse sobre ela: «Aquilo é rebate de entroixar eu a minha papelada e desempeçar a estrada à nova geração.» Mas interessa hoje esta história? Sim! Quem barra o amor de Cecília e Carlos? A mesquinhez, a má-língua, a intriga. É a coscuvilhice, oprimindo-os com o medo do julgamento. Esse medo e essa coscuvilhice continuam a existir: urge derrotá-los. Uma Família Inglesa é, pois, um manifesto pela liberdade. Eis a hora de o reler.

Biografia do autor 

Joaquim Guilherme Gomes Coelho, verdadeiro nome de Júlio Dinis, nasceu no Porto, em 14 de novembro de 1839. Era filho de um cirurgião, José Joaquim Gomes Coelho, e de Constança Potter, que morreu cedo, deixando-o órfão aos seis anos. Em 1861, termina o curso de Medicina na Escola Médico-Cirúrgica do Porto. Nessa época, já sofria de tuberculose, o que o levou a sair do Porto, começando a escrever. Inicia a atividade literária em 1862, publicando breves narrativas no Jornal do Porto. Torna-se professor de Medicina na escola onde se formou em 1865. Morreu em 1871, aos 31 anos, vítima de tuberculose. Publicou quatro romances: As Pupilas do Senhor Reitor (1866), Uma Família Inglesa (1867), A Morgadinha dos Canaviais (1868), e Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871).

Uma Família Inglesa
Júlio Dinis
Coleção Clássicos Guerra & Paz
Ficção / Literatura Portuguesa
416 páginas · 15x23 · 16,50 €
Guerra e Paz, Editores

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