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Descoberto cemitério romano em Lisboa
Durante as obras do restaurante lisboeta Solar dos Presuntos, foram descobertos séculos de história.
Nas escavações foram descobertos igualmente uma série de outros artefactos de épocas subsequentes, como vestígios arqueológicos de uma olaria do período das Descobertas.
A zona que hoje é a das Portas de Santa Antão, em Lisboa, foi outrora uma artéria principal da cidade romana que esteve na origem de Lisboa. Não é, portanto, de estranhar que por lá se descubram vestígios arqueológicos daquele período.
O que é “estranho” é encontrá-los em tamanha quantidade e em tão bom estado de preservação.
Foi o que aconteceu em 2016, nas traseiras do afamado restaurante lisboeta Solar dos Presuntos – já situadas na Calçada do Lavra –, quando começaram as obras de ampliação do espaço.
À medida que as escavações (conduzidas pela empresa de arqueologia NeoÉpica e que atingiriam os 14 metros de profundidade) avançavam, foram sendo descobertas, numa necrópole romana que datará do século II ou III, 28 corpos, podendo o número de restos mortais ascender a 60 se se contabilizarem cadáveres que foram cremados. Ao mesmo tempo, foram descobertos uma série de outros artefactos, daquela e de épocas subsequente – como vestígios arqueológicos de uma olaria do período das Descobertas.
Apesar de a descoberta ter ocorrido já no final de 2016, só no passado mês de novembro é que foi apresentada ao público, durante uma sessão organizada pelo Centro de Arqueologia de Lisboa. Os vestígios arqueológicos demoraram praticamente um ano a ser retirados.
Paulo Rebelo, da NeoÉpica, adianta que este é “possivelmente o vestígio de necrópole romana mais bem preservado encontrado nos últimos tempos”.
Terminada a escavação, as obras de ampliação no Solar dos Presuntos podem agora prosseguir. A longo prazo, quando todos os achados forem analisados cientificamente, o espólio, como prevê a lei, será entregue à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, pois foi lá que foi descoberta a necrópole.
por Tiago Palma in Rádio Renascença | 26 de dezembro de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença