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Coleções francesas de Calouste Gulbenkian e Carl Jacobsen juntas em Lisboa

A exposição "Pose e Variações" mostra a pose aos olhos e mãos da escultura francesa do século XIX. Vai estar em exibição até fevereiro de 2019.

Foto: Fundação Calouste Gulbenkian


A exposição "Pose e Variações" vai estar em exibição na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até fevereiro de 2019. A exposição é uma colaboração entre a fundação e a Glyptotek de Copenhaga, na Dinamarca, e junta obras de escultura francesa colecionadas por Calouste Gulbenkian e Carl Jacobsen.

A reunião das duas coleções começa em Lisboa, antes de partir para Copenhaga. Ao todo, são cerca de 30 obras que vão estar expostas.

"Quando nós tivemos o desafio deles para trabalhar numa exposição conjunta, fomos à procura daquilo que nos unia e une-nos a escultura francesa do século XIX, que é um tema muito interessante", diz Luísa Sampaio, uma das curadoras da fundação. "Nunca tinha sido abordado no seu conjunto e o século XIX, não só para a pintura, mas também para a escultura, é um século muito desafiante".

A curadora diz ainda que a exposição é "pedagógica", por mostrar "o que é que aconteceu na escultura ao longo de cem anos, ou seja, desde a tradição clássica que traziam os escultores como o Jean-Antoine Houdon, que vem do final do século XVIII, até ao século XX, até aquilo que se veio a designar pela escultura moderna com [Auguste] Rodin, que é realmente a figura de rutura a partir de 1875".

A junção das obras com os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian torna a exibição, segundo Luísa Sampaio, ainda mais apelativa. "Eu acho que esse percurso é interessantíssimo e, como estava a dizer, este contacto com o jardim, com a natureza, é muito agradável. Eu acho que é uma exposição que as pessoas vão ver com muita leveza e aprender imenso", aponta.

A exposição recebeu o nome "Pose e Variações" pela preponderância que os artistas e a curadora atribuíram ao "ato de posar" para uma pintura ou escultura e que, agora, é destacado com a coleção em Lisboa.

"Partimos de um conceito inicial da pose, porque a pose efetivamente trata da figura humana. Desde quando é que posam os homens? Desde sempre, desde os gregos, desde a antiguidade. Os nossos bisavós posaram para as fotografias, os príncipes do Renascimento posaram para a grande pintura. Hoje posamos para as selfies, que é uma coisa muito engraçada. Portanto, as pessoas revêm-se porque posar é o ato de se mostrar da melhor maneira possível", explica.

Jean-Baptiste Cardeaux, Auguste Rodin, Aimé-James Dalou ou Paul Dubois serão alguns dos escultores expostos em "Pose e Variações". Luísa Sampaio destaca ainda uma curiosidade nesta coleção de Calouste Gulbenkian e Carl Jacobsen, o cervejeiro dinamarquês conhecido por criar a cerveja Carlsberg. "Temos da mesma obra a sua versão em gesso, ou seja, a primeira versão do escultor, do momento da criação, que normalmente é mais pequeno. Temos aqui o caso da "Flora", de Carpeaux, que temos um gesso mais pequeno do que a passagem a mármore e temos do Carpeaux também um "Cupido Ferido" com três versões exatamente à mesma escala, em gesso, em bronze e em mármore".

A curadora aponta este invulgar aspeto da exposição como um prato forte para quem visitar a Fundação. "Eu acho que as pessoas olham para este bocadinho da exposição e percebem imediatamente de que é que trata a escultura. A escultura não trata de modelos únicos ou de peças únicas. Tem múltiplas passagens a mármore, consoante o sucesso que tem, e tem edições mais ou menos vastas em bronze", explica.

A exposição "Pose e Variações" estará em Lisboa até 4 de fevereiro. O bilhete para a exposição custa cinco euros.


in Renascença | 2 de novembro de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

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