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Historiador António Borges Coelho defende museu da Expansão Portuguesa

O historiador António Borges Coelho defendeu a criação de um museu dedicado à Expansão Portuguesa dos séculos XV e XVI. Considera que "foi um período fantástico na História da Humanidade", de que "não temos de ter vergonha".

O historiador António Borges Coelho© Orlando Almeida/globalimagens


Para o historiador António Borges Coelho a expansão portuguesa deveria ter um museu por ter sido "um período fantástico na História da Humanidade", do qual "não temos de ter vergonha".Sobre o projeto de um museu dedicado à Expansão Portuguesa nos séculos XV e XVI, António Borges Coelho disse à Lusa que "é um absurdo esta polémica. O passado é o passado. A primeira grande globalização é uma coisa fantástica para qualquer povo. Não temos que ter vergonha, e mesmo os povos que foram oprimidos, não foram só oprimidos. [Afonso de] Albuquerque [1453-1515] dizia que não podia tirar a cabeça do navio, pois corria risco de ficar sem ela".

Para o historiador, que acabou de reeditar a obra Raízes da Expansão Portuguesa, "houve uma guerra comercial na Índia pelo domínio do comércio das especiarias, designadamente a pimenta. E foram os portugueses que ganharam essa guerra". Borges Coelho enfatizou: "É preciso uma coragem brutal para [fazer] uma viagem de navio, de mais de meio ano, nas condições técnicas [da época], [enfrentar] as tempestades, as doenças no mar - quase metade das pessoas ficava no caminho. Não brinquem comigo!"

"Na verdade, foi um período fantástico na História da Humanidade, exatamente como ela é. Não podemos dizer que não houve bandidos - houve montanhas [deles]. O Albuquerque foi um homem terrível, mas foi também um homem de génio, que abriu uma rota efetiva na História da Humanidade, ele o [Vasco da] Gama e companhia".

O historiador, autor da obra Questionar a História (1983), defendeu "um museu com tudo lá e não só o retrato do herói com as flores em baixo, mas que refira os vários povos". "Se lermos as Décadas da Ásia, não estão lá só os feitos dos portugueses, estão também os dos outros povos, e estão os costumes e a geografia. Os próprios povos aprenderam algumas coisas com aquilo que os portugueses fizeram naquela época".

Raízes da Expansão Portuguesa

António Borges Coelho

Editorial Caminho


por Lusa e Diário de Notícias | 15 de outubro de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Diário de Notícias 

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