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Movimento Patrimonial da Música Portuguesa estreia ópera de Daniel Moreira e publica seis partituras inéditas
A primeira edição do Prémio Musa, que distinguirá uma obra coral baseada na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, é outra das iniciativas a lançar ainda este ano.
O Movimento Patrimonial da Música Portuguesa (MPMP) planeia realizar, até ao final do ano, 32 eventos, entre eles a estreia da ópera Ninguém e Todo-o-Mundo, de Daniel Moreira, e a publicação de seis partituras inéditas.
O MPMP apresenta esta terça-feira na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, a sua programação até dezembro, projetando já iniciativas que se concretizarão em 2019, como o Prémio Musa, que distinguirá uma composição coral a partir da poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen, com o objetivo de celebrar musicalmente o centenário da poetisa. "O concurso está aberto a obras corais compostas com a poesia de Sophia, mas terá outras edições, futuramente, nomeadamente para obras instrumentais, também inspiradas na sua poesia", disse à agência Lusa o presidente do MPMP, Edward Luiz Ayres d'Abreu.
A ópera de Daniel Moreira, Ninguém e Todo-o-Mundo, parte do Auto da Lusitânia (1532), de Gil Vicente, e terá estreia ainda este ano no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, apresentando-se em 2019 em Lisboa, no Teatro da Trindade.
Entre as outras iniciativas há seis estreias absolutas de composições de autores portugueses, a edição de seis partituras inéditas, nomeadamente de composições de Fernando Lopes-Graça, e seis CD, alguns de gravações de atuações do Ensemble MPMP nos últimos dois anos. O segundo volume do songbook de Bernardo Sassetti (1970-2012) e uma "gravação histórica" do baixo Álvaro Malta, acompanhado pelo Quarteto Portugália, interpretando Turbilhão, peça de Alexandre Delgado – num CD que inclui a ópera O Doido e a Morte, também do compositor, estreada há 25 anos –?, também estão na lista de projetos editoriais do MPMP.
Edward d'Abreu realça que muito da programação que vai ser apresentada resulta "do trabalho feito pelo MPMP nos últimos meses ou até no último ano": "A edição de partituras estava em fase adiantada e vamos agora publicá-las, mas é um trabalho que vem de trás, é um trabalho continuado", disse o responsável, salientando a importância da publicação das partituras para "a circulação de obras portuguesas, não só nas salas nacionais, como pelo estrangeiro".
Edward d'Abreu acredita que o MPMP "tem crescido ao longo dos anos em várias frentes e, portanto, há público interessado", e reconhece que a composição erudita portuguesa "estava um pouco esquecida ou até desconhecida": "É contra esse desconhecimento que lutamos, e daí procurarmos redescobrir obras e dá-las a conhecer, para que possam estar cada vez mais disponíveis para serem tocadas e ouvidas."
O MPMP vai ainda editar mais um número da revista Glosas, o seu 17.º, cuja capa é dedicada a Vianna da Mota (1868-1948), nos 150 anos do seu nascimento. O lançamento está marcado para o próximo dia 24, às 19h, no Palácio Foz, com um recital do pianista Raul da Costa.
A programação musical do MPMP até final deste ano passará pelo Museu Nacional de Arte Antiga, pelo Palácio Foz e pelo Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa; pelo Palácio de Seteais, em Sintra; pelo Convento S. Francisco, em Coimbra; e pelo Teatro Helena Sá e Costa, no Porto. O último concerto deste ano está previsto para 16 de dezembro, no Salão Nobre do Palácio de Seteais.
O MPMP, criado em finais de 2009, iniciou as suas atividades em 2010, com o objetivo de divulgar a música erudita, designadamente de criadores portugueses, através de espetáculos, conferências, edição de CD, livros e partituras, entre outras iniciativas.
por Lusa e Público | 12 de setembro de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Jornal Público