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Outubro :: Mês do Azulejo
O azulejo integrado na arquitetura é uma das mais originais (senão mesmo a mais original) contribuição portuguesa para o património artístico da Europa.
Os paramentos murais azulejados, particularmente os painéis historiados com pintura azul de cobalto, identificam imediatamente o barroco nacional, mas inserem-se numa continuidade que permanece até à atualidade através dos avatares com que o gosto português pelo azulejo se vem manifestando ao longo de cinco séculos.
A persistência do uso seria, por si só, um factor de relevo, mas é o estar-lhe associada a evolução e renovação que marca de forma indelével o azulejo em Portugal. As mutações do gosto, as modas, as novas expressões estéticas, todos esses momentos encontraram no azulejo um suporte acessível, adaptável a novas exigências, ajustável às transformações sociais, mas também moldável às suas diferenciadas clientelas.
A importância cultural do uso do azulejo em Portugal e a sua utilização como suporte de manifestações artísticas justificam plenamente que no Ano Europeu do Património Cultural 2018 se enquadre um mês dedicado ao azulejo abrigando diversas iniciativas culturais que o comemoram. Neste âmbito, o Museu Nacional do Azulejo (MNAz), o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e o ARTIS - Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, decidiram promover uma iniciativa conjunta de reflexão acerca da tradição do Azulejo em Portugal. Pensada para se articular com a candidatura do azulejo português a Património da Humanidade a iniciativa, denominada Mês do Azulejo é, neste ano, levada a cabo no mês de outubro, prevendo-se que futuramente seja enquadrada em maio, em cujo dia 6 se celebra o Dia Nacional do Azulejo.
A complexidade deste projeto, que se pretende que futuramente envolva entidades públicas e privadas de todo o território nacional e locais onde o azulejo marque presença, implicou, neste “ano zero”, que os intervenientes fossem reduzidos a um grupo mais restrito, como ensaio para uma série de propostas que se pretendem implementar. O mês foi pensado de modo a que em cada semana seja debatido um tema (Identidade e Valores; Percurso Histórico; Conhecimento e Valorização; Do Passado ao Futuro; Investigação Científica), através de uma série de iniciativas que vão das visitas guiadas, a palestras e mesmo alguns ateliers de trabalho.
Associados a este programa irão decorrer simpósios, exposições e um Congresso Internacional – o GlazeArt 2018 – onde estas e outras questões serão debatidas.
Um conjunto de cerca de dez câmaras de norte a sul do país irá apresentar atividades que permitem evidenciar a sua herança azulejar e mesmo a especificidade que as caracteriza. Algumas Universidades com áreas relacionadas com a História da Arte e a Conservação e Restauro e Escolas com formação na área da Cerâmica / Azulejaria, irão igualmente participar salientando o ensino, o conhecimento e os aspetos associados à criação do azulejo. A produção fabril de azulejo será também debatida através da participação de alguns centros de produção que apresentarão as suas especificidades e a relação que estabelecem entre a tradição e a inovação para o futuro do azulejo em Portugal.
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