Uma Peça | Um Museu
Capacete namban (Namban Boshi)
Testemunho da curiosidade e fascínio que o Ocidente despertou no Japão dos séculos XVI e XVII, este capacete surge como símbolo desse encontro civilizacional. Uma peça do Museu do Oriente.

Capacete namban (Namban Boshi)
Japão, período Momoyama (1573-1615)/período Edo (1615-1868), c. 1600
Papel japonês (washi) e laca
Alt.:20,5 cm; diâm.:45 cm
© Hugo Maertens/BNP Paribas
Museu do Oriente/FO/0555
O capacete namban é a peça mais singular da coleção de arte japonesa de influência portuguesa do Museu do Oriente. Na parte mais visível inscreve-se um mon (emblema familiar) conhecido como Maru ni Tachi Omodaka mon e que foi utilizado por várias famílias de daimyo que estabeleceram contacto com os Portugueses de então, nomeadamente os Mizuno de Nemazu, os Okudaira de Nakatsu e os Matsudaira, todas elas diretamente associadas ao poder político vigente. Este dado sugere estarmos perante um objeto fabricado para o mercado interno, e não para os europeus. A forma híbrida da peça, precisamente o que lhe confere maior singularidade, remete tanto para exemplares europeus (as capotas usadas pelos Portugueses) como japoneses.