"É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar"

Notícias

Festival ao Largo. Há 10 anos a virar a "casa do avesso"

De 6 a 28 de julho decorre a décima edição. À porta do Teatro Nacional de São Carlos há 15 espetáculos gratuitos para ver. Em 10 anos, já houve 169 espetáculos vistos por 430 mil pessoas.

Foto: DR


Foi há 10 anos que começou o Festival ao Largo, mas “parece que foi há 100” desabafa Carlos Vargas – o presidente da OpArt que gere o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado. Esta sexta-feira começa mais uma edição que até 28 de julho apresenta 15 espetáculos gratuitos à porta do teatro de ópera de Lisboa.

No ano em o Festival ao Largo completa uma década, assinalam-se também os 25 anos da Orquestra Sinfónica Portuguesa e os 75 anos do Coro do Teatro Nacional de São Carlos e será com eles que o programa abre, dias 6 e 7 de julho com Carmina Burana de Carl Orff sobre a direção do maestro Domenico Longo.

“É um objeto musical extremamente popular, bastante apelativo e com grandes massas vocais e musicais que deixa o público no Largo do São Carlos em pé, como se estivesse num concerto pop rock” descreve Carlos Vargas sobre Carmina Burana que neste espetáculo contará com os solistas Carla Caramujo, Carlos Cardoso e Christian Luján.

Uma década de Festival ao Largo

Antes de começar o Festival ao Largo, o Teatro Nacional de São Carlos fez uma “primeira experiência, uma coisa muito tímida que correu muito bem” relembra Carlos Vargas. O presidente do conselho de administração da OpArt lembra que depois desse “primeiro teste”, a primeira edição “com 20 concertos revelou-se logo um sucesso arrasador”.

De lá para cá “tem sido uma experiência avassaladora para nós e incontornável”. Em entrevista à Renascença, Vargas é perentório: “O São Carlos já não seria o São Carlos se não tivesse em julho este festival que é absolutamente extraordinário, porque vira a casa do avesso.”

O público tem correspondido em larga escala. Em 10 anos, houve 169 espetáculos (sem contar com a edição deste ano) e, nas contas da OpArt cerca de 430 mil espetadores. E o público tem várias dinâmicas explica Carlos Vargas que diz que “mesmo os ensaios gerais que local, feitos sem anuncio, têm público com o largo completamente cheio”.

Mas o público do Festival ao Largo tem nestes 10 anos criado uma relação com o teatro de ópera de Lisboa diz Carlos Vargas. “Há já hoje uma transferência de publico para as temporadas, nomeadamente para a Temporada Sinfónica da Orquestra.” O presidente da OpArt faz, contudo, uma ressalva - “Penso que se trate de públicos com predisposições diferentes.” Vargas explica que há uma dinâmica de público que “assiste ao espetáculo todo”, mas há também “muito publico que está de passagem para outros destinos ou ocupações, que vai jantar ou que vai para os bares e discotecas”.

O jazz é uma das novidades

“Para além da Sinfónica Portuguesa que vai estar presente e que é preponderante na programação porque é a Orquestra da casa” refere Carlos Vargas haverá também este ano a presença de Orquestra Metropolitana dirigida pelo Maestro Pedro Amaral que atua dia 12 de julho.

Mas há uma novidade na programação do Festival ao Largo. Este ano o jazz vai também estar neste palco montado ao ar livre em frente à casa onde nasceu Fernando Pessoa.

Carlos Vargas explica que o projeto “Lisbon Underground Music Ensemble que tem sonoridades completamente distintas, que trabalham com hip hop e a música mais pop rock” vai levar as sonoridades do jazz ao Festival.

Na opinião do presidente da OpArt “o Festival ao Largo deve abrir-se a outras tendências e deve estar disponível também para as competências musicais dos músicos, porque o festival é para o público, mas também uma plataforma interessante para os profissionais da musica”. Carlos Vargas destaca a atenção que os dois diretores artísticos , Patrick Dickie e Paulo Ribeiro têm dado aos novos movimentos para “atrair novos públicos”.

O programa do Festival contempla ainda dias 20 e 21 de julho duas “Noites Russas” com uma coleção de grandes momentos de óperas de Prokofiev, Mussorgski ou Glinka; haverá também dia 11 de julho um concerto com o Coro Juvenil de Lisboa que cantará “Do Rio à Broadway” e dia 18 o ensemble Solistas de Lisboa, “um agrupamento dos principais solistas das orquestras portuguesas que vai participar pela primeira vez no festival” tocará Mendelssohn e Shostakovich.

Os últimos dias, serão dedicados à dança como habitual. O palco será da Companhia Nacional de Bailado dias 26, 27 e 28 de julho com três espectáculos, um deles “Herman Schmerman” do coreografo William Forsythe com guarda-roupa de Versace.

Na praça do São Carlos, cada concerto contará com a apresentação de Jorge Rodrigues que, explica Carlos Vargas “dinamiza e faz um papel muito importante de introdução de todos os espetáculos”. Nas palavras deste responsável do São Carlos, Rodrigues “explica sem paternalismos o que são os projetos, apresenta com inteligência e sentido de humor, ajudando o público nos 15 espetáculos”.

Lembra ainda que “o Festival ao Largo não faz animação de rua ou cultura popular” e aponta que “a experiência dos concertos ao ar livre, de entrada gratuita, no verão, num ambiente informal cria um contexto muito particular que é hoje muito contemporâneo.” Em entrevista à Renascença, explica que “a grande distinção deste festival em relação a muitos projetos de oferta musical de verão em contexto de festival é que faz-se no coração da cidade e não nas periferias, oferece música e dança de matriz erudita e é gratuito. Isso torna este projeto insubstituível”, conclui Carlos Vargas.


por Maria João Costa in Rádio Renascença | 5 de julho de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença

Agenda
Ver mais eventos

Passatempos

Passatempo

"Seraphina - Uma aventura da cidade para o campo"

A Yellow Star Company apresenta o espetáculo sensorial e musical concebido especificamente para bebés dos 0 aos 4 anos no Auditório Taguspark, em Oeiras, e para a sessão de 7 de dezembro (sábado), às 10h30, temos para oferta 2 packs de família até 3 pessoas cada.

Passatempo

Ganhe convites para o espetáculo "A NOITE"

Em parceria com a Yellow Star Company, oferecemos convites duplos para o espetáculo "A Noite" de José Saramago. Trata-se da primeira peça de Teatro escrita pelo único prémio Nobel da Literatura de língua portuguesa. Findo o passatempo, anunciamos aqui os nomes dos vencedores!

Visitas
99,182,890