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As 180 lições de Martine Syms sobre a negritude estão em Serralves
Recorrendo ao vídeo e à performance, a artista examina representações sobre a população negra nos EUA.
São 180 fragmentos de vídeo de 30 segundos, que mostram múltiplas perspetivas sobre a população negra nos Estados Unidos. O resultado é a instalação "Lessons 1-CLXXX", da artista norte-americana Martine Syms, que abre esta sexta-feira ao público, em Serralves, no Porto.
Recorrendo ao vídeo e à performance, Syms examina representações de negritude e a sua relação com a narrativa, o vernáculo, o pensamento feminista e as tradições raciais. A sua obra engloba temas tão diversos como afro-futurismo, teoria queer, o poder da linguagem e a natureza espiritual da cor púrpura.
Tudo é material de base para Syms. Os fragmentos vêm de "uma miríade de fontes e contextos", programas de televisão, You Tube, 'clips' da MTV, 'vines', material filmado pela artista, instantâneos do seu arquivo pessoal.
São grandes planos e planos de conjunto, cenas e sequências com gente que dança ao som do hip-hop, 'rappers' carros que passam, paraísos distantes, imagens do campo, da cidade, imagens anónimas de reuniões familiares, outras de referência, na cultura ocidental; há Venus Williams, no início da carreira, 'home videos' que parecem remeter para "Blair Witch Project", a própria artista numa aula de francês.
Para o diretor do Museu de Serralves e comissário da exposição, João Ribas, o trabalho de Syms, nas áreas do vídeo e da 'performance', representa não só "a construção de um arquivo da memória contemporânea", como "interfere na própria história", ao abordar, "de uma forma muito frontal, temas que marcam a sociedade americana".
Martine Syms iniciou o desenvolvimento do projeto em 2014, fazendo de "Lessons 1-CLXXX" um trabalho em continuidade. A instalação da artista norte-americana fica em Serralves até 30 de setembro.
in Rádio Renascença | 15 de junho de 2018
Notícia no âmbito da parceria Centro Nacional de Cultura | Rádio Renascença